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A dirigente da Altice France suspensa no âmbito da investigação interna na sequência da ‘Operação Picoas’ em Portugal, Tatiana Agova-Bregou, contestou hoje qualquer “irregularidade”, de acordo com um comunicado dos seus advogados enviado à AFP.
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Num comité social e económico (CSE) na quarta-feira, Arthur Dreyfuss, presidente da Altice France, anunciou que tinha suspendido a administradora executiva de conteúdos, aquisições e parceria do grupo, Tatiana Agova-Bregou, alegadamente envolvida nas escutas da justiça portuguesa, disseram à AFP fontes sindicais.
De acordo com a AFP, que cita os media portugueses, a gestora teria beneficiado de presentes luxuosos e de um imóvel na região parisiense de Armando Pereira, o empresário e cofundador do grupo Altice que está no centro do escândalo que levou os investigadores a realizar uma série de buscas, nomeadamente na sede da Altice Portugal, em Lisboa.
De acordo com a investigação portuguesa, a que Lusa teve acesso, há um imóvel em Paris, adquirido em nome da empresa Primevilla Investments SA, que é controlada pelo arguido Hernâni Vaz Antunes, que nunca viu o mesmo imóvel, já que este foi entregue para uso de Tatiana Agova-Bregou, identificada como “pessoa do relacionamento pessoal” de Armando Pereira.
Entretanto, “Tatiana Agova-Bregou (…) estranha que o seu nome esteja associado ao alegado desvio financeiro alegadamente cometido por pessoas do grupo Altice”, escrevem Avi Bitton, Nelson de Oliveira e Lois Pamela Lesot, num comunicado.
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A administradora executiva “estima não ter cometido qualquer ato repreensível. Considera ter demonstrado probidade ao longo da sua carreira profissional exemplar” e “coloca-se à disposição da justiça, caso necessite de ser ouvida, e recorda que ainda não foi notificada para comparecer em tribunal”.
No centro das investigações está Armando Pereira, que fundou a Altice com o multimilionário franco-israelita-português Patrick Drahi, e que foi conselheiro do CEO e da Comissão Executiva da Altice France.
A ‘Operação Picoas’, desencadeada em 13 de julho, levou a várias detenções – entre as quais a do cofundador do grupo Altice Armando Pereira -, contou com cerca de 90 buscas domiciliárias e não domiciliárias, incluindo a sede da Altice Portugal, em Lisboa, e instalações de empresas e escritórios em vários pontos do país, segundo o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) do Ministério Público (MP). Esta foi uma ação conjunta do MP e da Autoridade Tributária (AT).
Desde 19 de julho, Ana Figueiredo passou a acumular o cargo de ‘chairwoman’ [presidente do Conselho de Administração] da Altice Portugal com o de presidente executiva (CEO), depois de Alexandre Fonseca ter suspendido as suas funções no âmbito das atividades empresariais executivas e não executivas de gestão do grupo em diversas geografias, incluindo as posições de ‘chairman’ em diversas filiais, entre as quais a da Altice Portugal, tal como o administrador da Altice Portugal João Zúquete da Silva, que tinha a área do património.
Também o genro de Armando Pereira, Yossi Benchetrit, responsável pela área de compras e imobiliário da Altice USA, está de licença.
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