Apesar das promessas do presidente João Lourenço, quando, há um ano, visitou Portugal, a situação das dívidas de Angola às empresas portuguesas agravou-se e estão já em causa qualquer coisa como 500 milhões de euros. A esmagadora maioria são construtoras.
A notícia é avançada pelo jornal Público, que dá conta que o tema está a ser alvo de discussão entre as autoridades angolanas e portuguesas que, “há uma semana, se sentaram à mesma mesa para debater estes e outros problemas relacionados com a exposição das empresas portuguesas à gravíssima crise que afeta a economia angolana”. A quebra nos preços do petróleo, em 2014, arrastaram o segundo maior produtor africano de crude para uma grave e persistente crise.
Segundo o jornal, algumas empresas já viram as suas dívidas saldadas, enquanto outras estarão a receber “montantes para reduzir os créditos vencidos, mas também entre essas a situação não é boa”, já que o pagamento é feito em kwanzas, ou em obrigações do tesouro, o que prejudica as empresas portuguesas. A moeda local desvalorizou 32% só entre janeiro e outubro deste anos, sobre os 90% de quebra de valor dos últimos três anos.
Questionado, o presidente da Confederação da Construção “relativiza” a situação, que já vem do passado, lembrando que “o atual governo angolano recebeu um problema que já vinha de trás e continua a processar essa regularização de dívidas de uma forma gradual”. Reis Campos está preocupado é com o futuro: “Estamos mais preocupados com as obras que lá temos em curso e em perceber se o governo angolano vai manter ou não o plano estratégico e de investimentos que pretendia pôr em marcha, porque as empresas que continuam em Angola e que continuam a apostar naquele mercado sabem que isso é o mais importante”. As notícias que a delegação do Governo português trouxe de Angola parecem ser tranquilizantes, avança o Público.
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