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É o quinto ano fiscal consecutivo de crescimento em Portugal para a Procter & Gamble (P&G), com a dona de marcas como Fairy, Tide, Gillette, Braun, Evax, Pantene, H&S, Herbal Essences ou Oral-B a registar crescimento em nove das dez categorias que vende no país.
Globalmente, a multinacional aponta fechar o ano fiscal de 2021 (que termina em junho) a crescer entre 4% e 5%. “A contribuição da P&G Portugal para esse crescimento estará em linha com os objetivos globais”, garante Cláudia Lourenço, diretora-geral da Procter & Gamble em Portugal. No país, a multinacional tem 150 trabalhadores.
É neste contexto que a P&G lança em Portugal, a partir de 2021, uma das novas apostas ao nível da sustentabilidade: a Pantene, a H&S e a Herbal Essences vão chegar aos supermercados com uma nova embalagem reutilizável 100% alumínio, com recarga para reenchimento reciclável, de plástico, mas com 60% menos do que uma embalagem de champô padrão.
Que quantidade de plástico será retirado do mercado português? “Não temos dados concretos ainda”, diz Cláudia Lourenço. Mas, “no total, as marcas H&S, Pantene, Herbal Essences e Aussie pretendem reduzir o uso de plástico virgem em 50% nas embalagens de champôs e condicionadores até o final de 2021, altura em que, graças a este esforço coletivo para reduzir, reutilizar e reciclar, serão produzidos menos 300 milhões de embalagens de plástico virgem por ano”.
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Mas com o peso P&G na categoria dos cuidados de cabelo – atua em três das quatro áreas (champô, condicionadores, colorações e styling) liderando a Pantene o segmento de champôs e condicionadores – a medida não deixará de reduzir o volume de plástico que, anualmente, entra no meio ambiente.
A decisão surge depois de, em janeiro de 2019, a P&G ter anunciado, em Davos, uma parceria com a Loop, uma plataforma da TerraCycle, para até ao final desse ano ter produtos como Pantene, Tide, Cascade e Oral-B, com embalagens de alumínio ou vidro, permitindo o reenchimento.
Depois de um ano de teste, em mercados como Nova Iorque e Paris, retirou-se ensinamentos. “Dos produtos que temos em Portugal, Pantene foi o mais pedido na Loop; o facto de os produtos disponíveis na plataforma serem limitados, ainda nesta fase de teste, revelou-se a principal barreira à experimentação e à repetição da compra. Os utilizadores têm pedido para se alargar a seleção de produtos disponíveis; querem que os packages recarregáveis Loop sejam distintos e visivelmente reutilizáveis, diferentes das embalagens dos produtos normais. E, por fim, muitos têm solicitado uma logística mais conveniente, com mais pontos de pick-up. A próxima fase de testes vai permitir observar ainda mais de perto como os consumidores estão a usar a plataforma Loop, em mais mercados, com mais marcas”, refere.
Agora a P&G avança na área de cuidados de cabelo com opções que acredita serem mais sustentáveis. “O alumínio é durável e amplamente reciclado, além de que pode ser reciclado inúmeras vezes sem reduzir a sua qualidade”. Quanto irá custar aos portugueses? “O preço de venda ao consumidor é da exclusiva responsabilidade do retalhista”, lembra Cláudia Lourenço, “apenas podemos dizer que estimamos que exista poupança.”
Portugal cresce mais
O passo surge numa altura em que a covid mudou as opções dos consumidores. “As pessoas tornaram-se mais conscientes dos recursos que usam e dos resíduos que geram – aliás, 79% dos consumidores em todo o mundo afirmam que procurarão usar produtos mais saudáveis e melhores para o meio ambiente”, diz a responsável, com dados da empresa de estudos de mercado IPSOS.
Os consumidores nacionais não são alheios a este fenómeno. A compra de bens de grande consumo não dá sinais de abrandamento: entre 7 de setembro e 4 de outubro, gastou-se 789 milhões de euros nos super, mais 36 milhões do que há um ano, segundo o ScanTrends da Nielsen, acumulando com os 7,931 mil milhões (+583 milhões) despendidos até ao final do 3.º trimestre. Higiene do lar é a categoria mais dinâmica: subiu 12,6%, com os portugueses a comprar mais marcas de fabricantes (12,8%) do que dos super (12,2%). Na higiene pessoal, recuou 0,4%.
A P&G beneficiou. A nível global fechou em junho o ano fiscal de 2020 com uma faturação de 60 380 milhões (+5%).”No último trimestre (abril, maio e junho de 2020), as vendas cresceram 4% para cerca de 15 mil milhões de euros”, refere a responsável.
“O mercado português, em particular, fechou o quinto ano fiscal de crescimento consecutivo, tendo registado o maior crescimento dos últimos cinco anos, com resultados acima da Europa, região em que se insere”, destaca. “O comportamento e hábitos têm-se ajustado à realidade pandémica que estamos a viver, com a generalidade das categorias de cuidado do lar a crescer, e com um impacto mais distinto em categorias de cuidado pessoal, com crescimento nas que se relacionam mais com saúde e com outras a verem refletidos consumos menores do que anteriormente”.
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