A Sociedade Central de Cervejas e Bebidas (SCC) investiu cerca de 8 milhões de euros numa nova linha de enchimento na fábrica de Vialonga, aumentando a capacidade de produção e reduzindo o consumo de água e energia.
O investimento que se insere no plano de modernização da dona da Sagres e que “não termina aqui”, garantiu José Luís da Mata Torres, diretor da cadeia de abastecimento e administrador da cervejeira, destacando os mais de 140 milhões de euros investidos pela empresa nos últimos 5 anos, não só na fábrica de Vialonga, como na Sociedade Água do Luso, como na empresa de distribuição, a Novadis.
Falta de pessoal “bloqueio para os planos de expansão” da cervejeira
Nos últimos 5 anos a dona da Sagres duplicou o número de funcionários para os atuais cerca de 1800, muito a conta da integração da distribuição na empresa.
Mata Torres deixou num entanto um alerta. A dificuldade de recrutamento, em “certas geografias”, de pessoal qualificado está a transformar-se num “bloqueio para os planos de expansão desta empresa”.
Ao Dinheiro Vivo, à margem do evento, Nuno Pinto Magalhães, diretor de Comunicação e Relações Institucionais da SCC, precisou que que a falta de pessoal contabilizada faz-se sentir sobretudo na região de Lisboa e Algarve, com enfoque na área de distribuição, sobretudo ao nível de motoristas, apontando para cerca de 5 dezenas a falta de mão-de-obra.
O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, ouviu o lamento da dona da Sagres.“O problema de falta de mão-de-obra e uma dificuldade para as empresas, mas um bom sinal para o país”, disse à margem do evento, tendo lembrado que no período da crise o desemprego tinha chegado a atingir 17%.
Falta de mão-de-obra e um “problema transversal no país”, tendo referido que é preciso haver investimentos para haver ganhos de produtividade.
“É preciso continuar a apostar na formação de ativos”, defendeu, frisando que foi possível aumentar as verbas dedicadas a formação profissional” no âmbito do programa 2020. “Também temos de pensar em formas de atrair mais trabalhadores estrangeiros”, disse, incentivando o regresso de portugueses que saíram do país, mas também “facilitar a vinda aos muitos estrangeiros que querem estar em Portugal”.
O governante frisa que nos últimos anos o país tem registado um aumento no número de entradas de estrangeiros. “Temos de continuar a promover essas chegadas”, defendeu o ministro da Economia.
Linha mais ecológica
Siza Vieira destacou o investimento de mais de 140 milhões de euros, bem com o aumento do pessoal, como “símbolo da muito grande aposta que a Central de Cervejas e os seus acionistas (é controlada pelo grupo Heineken) em Portugal”.
Mas mostrou-se particularmente satisfeito pela empresa estar a fazer investimentos que encaixam no esforço de descarbonização, para responder às alterações climáticas, referindo-se à nova linha de enchimento.
Vocacionada para as garrafas de vidro sem devolução, a nova linha, com serviço e tecnologia da alemã KHS, tem capacidade para encher 55 mil garrafas hora, tendo ainda permitido melhorias a nível ambiental: uma redução anual de até 22% do consumo de CO2, uma poupança de 12.600 kWh de eletricidade e uma diminuição anual de 96% do consumo de água. Ou seja, 5 piscinas olímpicas.
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