Partilhareste artigo
A The Fladgate Partnership, grupo que detém as marcas de vinho do Porto Taylor”s, Fonseca, Croft e Krohn e negócios no turismo, como os hotéis The Yeatman e Vintage House e o empreendimento cultural World of Wine, vai abrir duas novas lojas no Mercado do Bolhão. Adrian Bridge, CEO do grupo, acredita que o renovado mercado “vai ser um importante núcleo” de atração turística na zona e defende que o espaço, que recebeu mais de 600 mil visitantes no primeiro mês após a reabertura, “justifica uma presença forte do vinho do Porto”.
Relacionados
Com abertura prevista para o início do próximo ano, ambas as lojas ficam na rua Alexandre Braga – que a autarquia anunciou recentemente que se destinará exclusivamente ao trânsito pedonal -, sendo que uma será para venda de vinhos e chocolates e a outra dedicada ao vinho do Porto e mais orientada para provas. Além do World of Wine (WoW), o quarteirão cultural em Vila Nova de Gaia, que engloba seis museus temáticos, lojas e restaurantes, que representou um investimento de 105 milhões de euros, o grupo tem ainda vários espaços de enoturismo nas suas quintas no Douro, bem como os centros de visitas da Fonseca e da Taylor”s, nas caves, em Gaia, além do espaço de provas da Taylor”s, em Lisboa, e do Clérigus Tasting Room, no Porto. Agora, a aposta desce para a Baixa.
Por ano, o grupo recebe 230 mil de turistas (sem contabilizar os visitantes do WoW), e a área é de contínua aposta até porque, ultrapassada a pandemia, os visitantes estão de volta. “Apesar do arranque de ano ainda difícil, o turismo esteve muito forte este verão. Habitualmente, outubro costuma ser um mês fraco e, este ano, foi igual ou melhor do que setembro. A cidade está cheia de gente, principalmente muitos americanos e isso é muito positivo”, sublinha o responsável.
Adrian Bridge admite, por isso, que a faturação do segmento turístico do grupo “foi uma boa surpresa”. O hotel The Yeatman vai já fechar 2022 com uma faturação equivalente a 2019, “mesmo com um primeiro trimestre relativamente fraco”. No Douro, o ano foi também “muito forte”, com o regresso dos barcos e a presença de muitos visitantes na região.
Mais difíceis são as contas do WoW, que abriu no verão de 2020, em plena pandemia. “Não é fácil lançar um projeto com esta dimensão, mas a verdade é que, a cada mês, temos mais visitantes. Podemos dizer que este foi um projeto que teve um soft opening de 22 meses e que arrancou agora em força nos últimos cinco meses”, explica o gestor. Mesmo assim, a faturação orçamentada para 2022, de 20 milhões de euros, não vai ser atingida. Adrian Birdge admite que ficará pelos 12 milhões, mas sublinha que o negócio da restauração e dos eventos corporativos tem estado “muito forte”.
Subscrever newsletter
Quanto ao negócio do vinho do Porto, o CEO da Fladgate diz que ainda falta um mês de vendas e que tudo dependerá do comportamento do mercado britânico. De qualquer forma, estima já que as vendas este ano poderão ficar 4 a 5% abaixo do orçamentado. As questões de confiança no Reino Unido, “um país sem liderança política quase todo o ano”, são o aspeto mais negativo que aponta. Do lado positivo, está o mercado nacional que, graças ao crescimento do turismo, “está com uma recuperação muito grande”.
Sendo um dos operadores de vinho do Porto que mais apostam nas categorias especiais, que no ano passado asseguraram 23,5% do volume de vendas e 47,5% da faturação, o grupo tem já novos lançamentos na calha, para potenciar este negócio. É o caso da Croft Velhíssima, a nova aguardente da marca, que esta semana foi apresentada e chegará ao mercado nos próximos dias. Foram produzidas apenas 150 unidades, que estarão disponíveis nas lojas da especialidade, e que terá um preço de venda ao público recomendado de 60 euros.
Também a tempo do Natal chegou o Taylor”s Very Very Old Tawny Port, o mais recente das edições limitadas de vinhos do Porto “excecionais e muito raros”. O Very Very Old é um Tawny com mais de 80 anos, apresentando “num elegante decanter e numa luxuosa caixa de madeira”. Só foram produzidas três mil garrafas, que custam 900 euros cada uma. Já o Golden Age, um Tawny de 50 anos, lançado no início do ano, custa 250 euros e tem gerado grande procura.
Para assegurar o seu programa de Tawnies velhos, a Fladgate tinha armazenados, à data de 1 de janeiro, quase 11,5 milhões de litros em envelhecimento, para suportar as vendas atuais e futuras desta categoria em desenvolvimento crescente: só na última década, o consumo mundial passou de 76,9 milhões para quase 125 milhões de euros.
Deixe um comentário