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A Media Capital, dona da TVI e CNN, registou um lucro de 36,7 milhões de euros, no ano passado, recuperando das perdas de 4,1 milhões de euros sofridas em 2021. Os bons resultados foram impulsionados pela venda do negócio das rádios que gerou mais-valias líquidas de 46,1 milhões de euros, segundo a informação enviada esta sexta-feira pela empresa à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
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“O EBITDA do grupo, sem ajustamentos, fixou-se nos 48 milhões de euros, comparando positivamente com os 8,9 milhões de euros de 2021. O resultado líquido também melhorou: passou de -4,1 milhões de euros, em 2021, para €36,7 milhões, em 2022”, segundo a mesma nota.
“Para estes resultados contribuíram, de forma decisiva, a conclusão do processo de alienação do negócio das Rádios, que permitiu ao Grupo Media Capital um encaixe financeiro direto associado à venda de 69,6 milhões de euros e a realização de uma mais-valia líquida de 46,1 milhões de euros”, explica a empresa de media.
Recorde-se que em junho do ano passado, a Media Capital vendeu à alemã Bauer Media Audio as rádios Cidade FM, M80, Rádio Comercial, Smooth FM e Vodafone FM.
No conjunto do ano passado, o grupo faturou 203,87 milhões de euros, um crescimento de 29% face aos 157,47 milhões gerados em 2021. “Estes resultados incluem a venda das rádios, da qual resultou uma mais-valia de 46,1 milhões de euros, que contrabalança com apenas cinco meses de atividade do referido negócio”, segundo o comunicado. “Ainda assim, e apesar de o negócio das rádios ter representado, em termos de rendimentos, aproximadamente 4% (contrastando com cerca de 12% registados em 2021), verificou-se apenas um decréscimo de 2% nos rendimentos de publicidade”, indica.
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Já o resultado, ajustado de gastos líquidos com provisões, imparidades, reestruturações e mais-valia, atingiu os 10 milhões de euros, o que representou uma redução de 14% face ao período homólogo. “Esta redução decorreu da venda das rádios, que em termos de EBITDA ajustado se traduziu numa redução de cerca de 4,6 milhões de euros face ao período homólogo”, esclarece a dona da TVI.
Os gastos operacionais “registaram um acréscimo de 1%, totalizando 147,8 milhões de euros”, indica o grupo.
Não obstante a redução total dos rendimentos de publicidade decorrente da saída das rádios do perímetro do Grupo, “observou-se um incremento das receitas de publicidade [de 7%] nos restantes negócios, resultado da recuperação das audiências da TVI e da consolidação da CNN Portugal entre os canais de cabo”, aponta.
A empresa destaca que a receita com publicidade cresceu 7% face a 2021, “resultado da combinação da recuperação do investimento publicitário nos mercados de televisão em mercado aberto, assim como do desempenho da CNN Portugal”, que, segundo o grupo, “consolidou a liderança entre os canais de informação, com uma audiência de 3,1%”.
Quanto ao endividamento líquido, o grupo “atingiu um dos níveis mais baixos da sua história, cifrando-se em 21,2 milhões de euros no final de 2022”, destaca a mesma nota, referindo que a Media Capital “procedeu à distribuição de 10 milhões de euros de dividendos em julho de 2022, naquela que foi a primeira distribuição desde julho de 2018”.
Na informação enviada à CMVM, o grupo revela que, em 2022, “a CNN Portugal destacou-se como canal de referência na informação e assumiu-se como líder entre os canais informativos de cabo logo no primeiro ano de vida, com uma quota de 3,1%”.
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