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A Media Capital, dona da TVI e CNN, sofreu perdas líquidas de 4,8 milhões de euros, no primeiro semestre do ano, e prepara-se para avançar com um plano de rescisões, segundo o relatório e contas enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e publicado esta sexta-feira.
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Apesar dos resultados negativos, o grupo conseguiu crescer 39% face aos prejuízos de 7,9 milhões de euros registados em igual período do ano passado.
“O resultado líquido no semestre atingiu os -4,8 milhões de euros, melhorando de forma expressiva face aos -7,9 milhões de euros verificados no período homólogo de 2022 para as atividades em continuação (as quais excluem o efeitos do negócio das rádios alienado em maio de 2022)”, lê-se no mesmo documento.
Recorde-se que a 3 de fevereiro de 2022, o grupo Media Capital celebrou um contrato de compra e venda de ações com a Bauer Media Audio Holding GmbH relativo a 100% do capital social da então designada MCR II – Media Capital Rádios, S.A. e respetivas subsidiárias, uma transação que se concretizou a 31 de maio de 2022. O preço da alienação ascendeu a 69,6 milhões de euros, dos quais resultou uma mais-valia de 46,5 milhões euros, registada no primeiro semestre de 2022.
Se incluirmos os ganhos com a venda das rádios, a Media Capital teria registado um lucro de 40,76 milhões no primeiro semestre de 2022, o que compara com prejuízos de 4,8 milhões de euros na primeira metade deste ano.
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Os rendimentos operacionais baixaram ligeiramente (1%) para 69,3 milhões euros face aos 69,7 milhões registados no período homólogo.
Os gastos operacionais, excluindo amortizações, depreciações, gastos líquidos com provisões e reestruturações, registaram um decréscimo de 2%, passando de 71,9 milhões euros no primeiro semestre de 2022 para 70,4 milhões de euros em 2023.
Excluindo gastos líquidos com provisões, imparidades de programas e reestruturações, o EBITDA consolidado do grupo atingiu, foi negativo em 1,1 milhões de euros, essencialmente reflexo da quebra do mercado publicitário.
Os rendimentos registados no primeiro semestre de 2023 refletem um decréscimo de 7% face ao período homólogo nos rendimentos de publicidade, que passaram de 46,9 milhões de euros para 43,7 euros. Este resultado foi motivado pela quebra das receitas na televisão de canal aberto (TVI), no qual se assistiu a uma quebra de 5,1% até maio de 2023.
Apesar da quebra verificada na TVI generalista, assistiu-se a um crescimento dos rendimentos de publicidade nos canais de cabo, com especial destaque para a CNN Portugal, a qual registou um aumento de 33%. Os outros rendimentos operacionais apresentaram uma performance relevante, tendo registado uma subida de 12%, incluindo, essencialmente, rendimentos da produção audiovisual e venda de conteúdos.
A dívida líquida agravou-se em 77%, subindo de 16,1 milhões de euros para 28,54 milhões de euros.
Face aos resultados negativos, a Media Capital pretende avançar, no segundo semestre do ano, com “um programa para rescisão de contratos de trabalho por acordo mútuo”. Serão ainda tomadas outras medidas que permitam uma adequada gestão dos recursos disponíveis.
Em julho, a Media Capital apresentou uma oferta de aquisição da Cofina Media, dona do Jornal de Negócios, Correio da Manhã, CMTV, Sábado e Record, que avalia a empresa do grupo em 80 milhões de euros.
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