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Sete procurador-gerais norte-americanos abriram uma investigação formal às atividades da Meta Platforms e a sua potencial violação das leis de proteção ao consumidor, através da promoção das suas redes sociais junto de crianças e adolescentes.
“Por demasiado tempo, a Meta ignorou o caos que o Instagram está a instalar na saúde mental das nossas crianças e adolescentes”, disse o procurador-geral Rob Bonta, da Califórnia, um dos estados que estão a liderar o processo. “Já chega. Abrimos esta investigação nacional para obter respostas sobre os esforços da Meta para promover o uso da sua plataforma social aos jovens californianos – e para determinar se, ao fazê-lo, a Meta violou a lei.”
Além da Califórnia, lideram a investigação os procuradores-gerais da Florida, Kentucky, Nebraska, Nova Jersey, Tennessee e Vermont. Nova Iorque e Washington, D.C. também anunciaram a participação. É um esforço bipartidário que se segue a várias audiências no congresso norte-americano sobre as ações da Meta de Mark Zuckerberg.
Segundo a informação veiculada pelo gabinete de Robert Bonta, a investigação vai debruçar-se sobre as técnicas usadas pela casa-mãe do Facebook e Instagram para aumentar a frequência e duração do envolvimento de utilizadores muito jovens nas plataformas, com resultados negativos.
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O processo acontece no rescaldo das revelações de Frances Haugen a “whistleblower” que vazou documentos internos da Meta, incluindo pesquisas sobre o impacto prejudicial do Instagram em utilizadores jovens. O gabinete de Robert Bonta, que não refere a denunciadora diretamente, cita as conclusões mais preocupantes dessas pesquisas internas: a utilização do Instagram “está associada com o aumento dos riscos de prejuízos físicos e mentais em jovens, incluindo depressão, distúrbios alimentares e até suicídio.”
O porta-voz da Meta Andy Stone recusou as premissas da investigação, em declarações citadas pelo Washington Post. Stone disse que as alegações são “falsas e demonstram um profundo mau entendimento dos factos.” O porta-voz referiu ainda que a empresa está a trabalhar em controlos parentais para a rede e a “explorar formas de oferecer experiências ainda mais apropriadas para a idade para adolescentes, por defeito.”
Em maio, um grupo de 43 procuradores-gerais estaduais tinha urgido à empresa, então ainda chamada Facebook, que não avançasse com o projeto de criar um Instagram para crianças com menos de 13 anos. A iniciativa acabou por ser suspensa em setembro, quando rebentou o escândalo dos documentos vazados pela ex-funcionária Frances Haugen e a Meta foi acusada de sonegar os resultados negativos das suas pesquisas internas aos reguladores e investidores.
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