//Dona do queijo Limiano investe cerca 1 milhão no bio

Dona do queijo Limiano investe cerca 1 milhão no bio

Durante dois anos prepararam o terreno de pastagens nos Açores e começaram a converter os produtores de leite para o método biológico e a preparar a fábrica de Ribeira Grande, em São Miguel. Cerca de 800 mil euros de investimento depois, a Bel lançou uma nova gama: o Terra Nostra Bio. A Bel, a ainda dona do Limiano ou a Vaca que Ri, fechou 2020 com uma faturação superior a 130 milhões (+2%). Entre o ano passado e 2021 conta investir mais de 2 milhões de euros na fábrica nos Açores. Mais 3 milhões se seguirão nos próximos dois anos.

A Bel entra no segmento bio num momento em que os produtos biológicos – também a reboque da pandemia – têm apresentado “crescimentos dinâmicos de duplo dígito”. Não apenas empurrados pelas preocupações com a saúde. “Existe uma procura crescente por produtos mais naturais e sustentáveis. O Terra Nostra Biológico apresenta-se como uma solução relevante para ambas as tendências”, argumenta Eduardo Vasconcelos, diretor de compras da Bel. O leite bio resulta de um método de produção que respeita o ciclo natural das plantas e dos solos – sem pesticidas ou fertilizantes sintéticos – protegendo a biodiversidade.

E a procura existe, tanto que Eduardo Vasconcelos acredita que “o biológico será o standard de amanhã”. Que peso o bio poderá representar nos resultados da dona do Babybel ainda é “prematuro falar”, mas o responsável de compras acredita que “a entrada do Terra Nostra vai ser determinante para o desenvolvimento e crescimento deste segmento em Portugal, o qual estimamos que poderá duplicar (hoje tem um peso inferior a 1%) no curto prazo”. Além do leite, a marca lançou ainda fatias de queijo biológicas. “Vamos trabalhar para democratizar o biológico em Portugal”, aponta.

Investir em “Vacas Felizes”

A aposta no bio surge depois de em 2016, a Bel ter arrancado com o programa Leite de Vacas Felizes, promovendo o leite de pastagem. Começou com 30 produtores e hoje já com 160 produtores certificados, “que garantem a pastagem 365 dias por ano, com uma alimentação à base de erva fresca, com os mais rigorosos critérios de bem-estar animal e sustentabilidade”, descreve.

O projeto teve um investimento inicial de 5 milhões de euros, mas “todos os anos, os produtores da Terra Nostra são certificados por uma entidade externa e recebem um prémio anual pela aplicação das melhores práticas, que totaliza 1,6 milhões de euros”, adianta o responsável de compras da Bel.

“Também a fábrica dos Açores tem sido alvo de investimentos consistentes priorizando métodos de produção o mais naturais e sustentáveis possível”, refere. “Entre 2020 e 2021 foram investidos mais de 2 milhões de euros na fábrica dos Açores e prevemos nos próximos 2 anos um investimento superior a 3 milhões, com foco em medidas que nos permitam uma redução significativa da pegada de carbono.”