//Duas associações do setor dos resíduos contestam aumento da taxa de gestão

Duas associações do setor dos resíduos contestam aumento da taxa de gestão

Duas associações do setor dos resíduos contestaram o aumento da Taxa de Gestão de Resíduos (TGR) aprovada pelo Governo, considerando-o “uma medida ineficaz e extemporânea” que penaliza os municípios e as famílias.

As críticas à decisão do Governo, aprovada no Conselho de Ministros de quinta-feira, mas que só produz efeitos a partir do início do próximo ano, foram feitas num comunicado conjunto da Associação para a Gestão de Resíduos (ESGRA) e da Associação de Entidades de Valorização Energética de Resíduos Sólidos Urbanos (AVALER).

O aumento da TGR, de 11 para 22 euros por tonelada, terá “um efeito marginal no aumento de reciclagem, mas terá um efeito muito significativo nos custos impostos aos municípios e famílias”, porque a duplicação do imposto “recairá integralmente” sobre eles, avisam as duas entidades no documento.

E acrescentam que devido à pandemia de covid-19 os sistemas de gestão de resíduos urbanos foram forçados a aumentar a deposição em aterro, um sistema excecional que tem “custos acrescidos”.

Além de que, dizem ainda, o Governo admitiu exceções para atenuar os efeitos da atual crise como o adiamento da proibição de utilização de plásticos descartáveis na restauração, “prática contrária e nefasta para o cumprimento das metas ambientais do país”, pelo que tem “dois pesos e duas medidas”.

Na quinta-feira o Governo aprovou o aumento da TGR mas decidiu que o novo valor só comece a ser pago no início do próximo ano.

O objetivo, diz o Governo, é incentivar ainda mais “a redução da produção de resíduos, estimular o cumprimento dos objetivos nacionais na matéria e desincentivar a entrada de resíduos provenientes de outros países”.

Em julho a Associação das Empresas Portuguesas para o Setor do Ambiente (AEPSA) já tinha considerado “incompreensível” a decisão de aumentar a TGR e avisou que levará a um aumento da fatura da água.

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