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“Uma solução para profissionais e particulares.” Assim descreve Luís Costa Branco, partner da Verso Move, a usabilidade da primeira bicicleta de carga portuguesa, desenvolvida pela empresa do Cartaxo, que transforma veículos automóveis, em parceria com o IADE – Faculdade de Design, Tecnologia e Comunicação da Universidade Europeia.
A Cargo Bike é uma bicicleta elétrica e tem uma capacidade de carga que pode ir dos 40 aos 250 quilogramas, atingindo uma velocidade máxima de 25 quilómetros por hora.
A colaboração entre as duas organizações deveu-se à necessidade da Verso Move melhorar o seu projeto da Cargo Bike (iniciado em 2021), incluindo nesta uma zona de carga de pessoas ou objetos “que fosse diferenciada e inovadora”, explica Luís Costa Branco, em entrevista ao Dinheiro Vivo. Para isto, foi lançado um concurso de ideias aos alunos do terceiro ano da licenciatura em Design para, em conjunto com os docentes do módulo de Design Industrial, pensarem em novas possibilidades e adaptações para as bicicletas.
Esta conexão entre o mundo empresarial e a academia é estruturante para a empresa, realça o representante, referindo que o conhecimento técnico e científico acumulado nestas instituições deve ser aproveitado em projetos concretos. “A relação fluida entre o campo académico e o mundo profissional” é uma mais-valia não só para a Verso Move, como também para a economia do país, nota.
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As condicionantes provocadas pela pandemia e pela guerra na Ucrânia, nomeadamente no que diz respeito ao mercado de componentes, não permitem à Verso Move definir uma data concreta para o lançamento da bicicleta no mercado. Contudo, o plano inicial previa fazê-lo no segundo semestre deste ano.
Quanto ao número de Cargo Bikes para produção, Luís Costa Branco diz que a empresa vai ser cautelosa, mantendo-se ambiciosa – em causa estão novamente os desafios impostos pela atual conjuntura de crise na Europa.
Já no que respeita ao preço, a Verso Move promete “chegar ao mercado com preços competitivos, que motivem os particulares e as empresas a alterarem tendências de consumo, e com produtos com durabilidade”, revela.
Tendo já recebido alguns contactos da Europa e de outros continentes a solicitar informações concretas sobre o projeto, a empresa tem em vista destinar parte da sua produção para exportação. Através das ferramentas digitais “mais eficazes” e da participação em feiras e outros eventos onde este mercado costuma estar presente, a Verso Move espera chegar tanto aos clientes particulares como aos empresariais.
Apesar de Portugal estar ainda “pouco sensibilizado para as potencialidades” deste tipo de produto – geralmente, pelas questões da topografia (terrenos acidentados), clima e investimento -, na Europa o cenário é diferente, afirma Luís Costa Branco. “Há famílias e empresas que consideram o investimento numa cargo bike uma forma de “melhorar a eficiência das suas rotinas”, acrescenta, referindo que um motor elétrico e uma roupa adequada resolvem esses problemas.
Para o representante, o investimento que tem sido realizado em infraestruturas para a circulação de bicicletas, especialmente nos meios urbanos, “permite encarar a bicicleta de carga como um investimento acertado”. É precisamente ao público deste tipo de zonas que a empresa tenciona chegar com o seu produto, uma vez que proporciona uma mobilidade suave e sem constrangimentos de tráfego ou ambientais – ou seja, é sustentável.
“As bicicletas, genericamente, têm um custo incomparavelmente inferior ao de um automóvel no momento da aquisição, mas também no que diz respeito à manutenção”, sublinha o partner da Verso Move. Com vários estudos a comprovar que a maioria dos trajetos são de curta distância, “a bicicleta seria a opção racionalmente mais acertada” – e sendo uma elétrica, “faz ainda mais sentido”, observa.
A Verso Move espera disponibilizar as Cargo Bikes para venda num site próprio e em vários portais que reúnam uma diversidade de marcas, tendo sido já abordada por uma grande distribuidora portuguesa. “O nosso produto responderá a uma lacuna de oferta que existe nesse site” e “esse parceiro permitir-nos-á chegar, de forma mais eficaz, a um maior número de potenciais clientes”, remata Luís Costa Branco.
Este novo produto da empresa de transformação de veículos automóveis do Cartaxo deverá, segundo os cálculos já realizados pela mesma, corresponder a pelo menos 15% da sua faturação, daqui a cinco ou seis anos. Até lá, o foco continuará a ser a produção de foodtrucks e horsetrucks.
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