Quando José Maria Ferreira criou há 30 anos a Jofebar, em Vilar do Pinheiro, nem sonhava onde esse passo o haveria de levar. Começou com a produção das simples caixilharias de alumínio e, depois disso, muitas janelas e portas se abriram.
A Ecosteel surgiu em 2013, na Póvoa de Varzim, da junção de três empresas distintas, entre as quais, a Jofebar e a Metaloviana. Passado um ano, os outros sócios afastaram-se e José Maria Ferreira tomou conta do projeto. Às janelas minimalistas juntou a produção de coberturas, claraboias, aberturas de vidro e tornou as janelas inteligentes.
Criou duas marcas: a Otiima, para séries de sistemas de abertura, e a Much more than a window, que abrange vários tipos negócios, para resposta à arquitetura contemporânea, incluindo soluções em fibra de vidro e as motorizações, muitas com patentes e prémios internacionais.
Na Póvoa, a empresa tem dois polos, um na zona industrial de Amorim, onde estão 60 trabalhadores, e onde está o centro de formação do grupo. O outro polo, na zona industrial de Laúdos, emprega 110 pessoas (e mais 40 fora das instalações, nomeadamente no estrangeiro), depois de ter comprado, no ano passado, a construtora Incons e as suas instalações. É neste polo que se está a dar o grande crescimento da Ecosteel, num investimento de 10 milhões de euros, com capitais próprios. Vai ampliar a área para 15 mil metros quadrados e contratar mais 60 pessoas até ao final do ano. A aquisição já permitiu duplicar a produção, de 2018 para 2019, sempre a pensar nos mercados externos, para onde vai 80 a 90% do fabrico. Tem clientes em 27 países, mas os Estados Unidos são por agora o principal destino.
Neste momento, a faturação está nos 20 milhões de euros, mas deverá subir para 25 milhões no próximo ano.
O grupo empresarial completa-se com a Zoomway, unidade onde se produzem os equipamentos em fibra de vidro. É de onde estão a sair as novíssimas casas-barco que podem ser vistas, por exemplo, no Douro, junto à Régua. As janelas inteligentes (abrem e fecham automaticamente, têm sensores de oxigénio e alarme) são outra das inovações na oferta.
A Amiito/Tech, outra unidade do grupo, dedica-se ao desenvolvimento de soluções térmicas, acústicas e de engenharia, muito a pensar nos arquitetos, a quem José Maria Ferreira trata por “prescritores”. Não por acaso: tudo haveria de mudar quando os arquitetos Manuel e Francisco Aires Mateus o convidaram para executar, transportar e montar a estrutura metálica de 10 toneladas de uma escultura para a Bienal de Veneza. Mais tarde, foi a vez de Pedro Cabrita Reis usar o mesmo expediente, num registo que se haveria de repetir com outros artistas. As esculturas de José Pedro Croft, na Casa da Arquitetura em Matosinhos, tiveram igual origem.
O carinho pela arte foi-se aprofundado a ponto de José Maria Ferreira ter criado uma associação sem fins lucrativos, a ArtWorks, através da qual disponibiliza “residências artísticas”. “A cada trimestre, escolhemos um jovem artista que fica connosco a fazer as suas produções, utilizando as nossas sobras, de diversos materiais, e que depois pode vender. Criamos todas as condições para o acolhimento de clientes e artistas”, conta o gestor, para descrever uma iniciativa que já apoiou duas dezenas de jovens criadores.
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