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Na era das transformações, sejam digitais, ambientais ou sociais, tecnologia e pessoas têm sido os principais catalisadores para a mudança. Desafiando professores e alunos a criar aplicações para dispositivos móveis, o programa Apps for Good – uma iniciativa do Center of Digital Inclusion (CDI) – é um dos exemplos que mostra que a união faz a força. Com o objetivo de criar soluções que contribuam para o desenvolvimento da sociedade e de promover o conhecimento tecnológico, o projeto tem ajudado as escolas nacionais a rumar em direção à educação 4.0.
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Tudo começa com a formação de equipas constituídas por estudantes e docentes, que com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, definidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), como pano de fundo, são desafiados a criar aplicações inovadoras que possam transformar a vida em comunidade. A iniciativa é dirigida, principalmente, a crianças entre o 5.º e o 12.º ano de escolaridade e realiza-se em duas fases: encontros regionais e finais, que decorrem no norte e centro-sul do país, mas também na Madeira e nos Açores.
Ao longo de quatro meses, dois no início do ano letivo e dois no final, o CDI visita as escolas com o intuito de as ajudar a participar no Apps for Good. Além disso, atua também na componente de formação de professores, atividade que já valeu à entidade um prémio da UNESCO. A capacitação é um “aspeto essencial para garantir que a educação tecnológica é disseminada de forma eficaz e sustentável, preparando os professores para serem facilitadores nesse processo de transformação digital”, explica João Baracho, diretor-executivo do Center of Digital Inclusion.
Relativamente à competição, num primeiro momento são selecionadas 22 equipas – 20 do continente e uma de cada arquipélago -, para estarem presentes no encontro final, em setembro, que este ano se realizará no Pavilhão do Conhecimento. São atribuídas três distinções – prémio do público, prémio tecnológico e prémio para as raparigas na tecnologia -, com o objetivo de continuar a incentivar “as mais de 40% de participantes femininas do Apps for Good”.
Adicionalmente, existem ainda os galardões do ambiente e da emergência climática, apoiados pelo BNP Paribas e pela Galp, respetivamente. Este ano, em maio, já foram premiadas duas escolas na região Norte pelo desenvolvimento das aplicações Daltonfree – solução tecnológica que permite a pessoas daltónicas identificarem cores de objetos através da câmara do telemóvel -, e Facehunt, app que utiliza deteção facial para controlar e prevenir gastos de energia desnecessários.
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Cidadania digital
Ainda que a promoção de iniciativas junto das escolas seja onde o Center of Digital Inclusion desenvolve metade da sua atividade, trabalhando com cerca de 200 instituições de ensino por ano, a sua abordagem engloba toda a sociedade.
O Centro de Cidadania Digital, em Valongo, é outra das principais apostas do CDI. O espaço disponibilizado pela Câmara Municipal está equipado para desenvolver projetos tecnológicos que integrem os cidadãos, mas já evoluiu para uma outra iniciativa, o Switch to Innovation. O projeto que integra escolas, comunidade e tecido empresarial numa só experiência de inovação digital e social, desenvolve várias atividades que vão da formação a jovens desempregados inscritos no Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) – para durante um ano servirem de consultores para a transformação de micro negócios locais – a workshops de programação, robótica, estampagem e impressão 3D.
Na perspetiva do diretor-executivo do Center of Digital Inclusion, a abordagem multidisciplinar do Switch to Innovation tem sido “fundamental para impulsionar a criatividade e estimular a resolução de problemas por meio da tecnologia”, sendo que durante o programa são apresentadas diversas iniciativas que unem sustentabilidade, inclusão, educação e tecnologia.
E como a inclusão digital não se trata apenas de acesso à tecnologia, mas também de capacitação e compreensão das possibilidades que esta oferece, para futuro, o CDI tem como objetivo seguir com o seu compromisso com a transformação social, demonstrando como as tecnologias podem ser ferramentas poderosas no impulsionar de uma sociedade mais igualitária.
O CDI é uma organização não-governamental internacional, fundada por Rodrigo Baggio, que chegou a Portugal em 2013 com o objetivo de continuar a transformar vidas através da tecnologia.
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