//EFG Bank no Porto para captar fortunas acima de um milhão

EFG Bank no Porto para captar fortunas acima de um milhão

O suíço EFG Bank, que atua na área de private banking com uma rede que abrange a Europa, Ásia Pacífico, Américas e Médio Oriente, acaba de inaugurar o escritório do Porto, na Boavista, dois anos após ter iniciado a operação em Lisboa. A expansão para a Invicta, que integrou desde o início a estratégia para o mercado português, concretizou-se em plena pandemia, mas os confinamentos e restrições sanitárias acabaram por ditar o adiamento da abertura oficial do espaço. A equipa portuense do banco está focada em captar clientes com fortunas acima de um milhão de euros, sendo que a região Norte apresenta neste capítulo fortes potencialidades. É que o universo de atuação do EFG Bank no Porto concentra cerca de 60% do Produto Interno Bruto português, considerando os territórios de Aveiro para norte.

O banco suíço, liderado em Portugal por Bernardo Meyrelles, está focado na gestão de fortunas, através de mais de duas centenas de soluções de investimento, que integram os mercados de capitais e imobiliário. Em Portugal, o EFG tem atualmente cerca de 600 milhões de euros de ativos sob gestão, sendo que os estrangeiros residentes no país representam perto de 30% do total dos recursos captados. O objetivo delineado para o mercado português passa pelo aumento da carteira em 250 milhões ao ano, até 2025. A concretizar-se essa meta, a instituição financeira será responsável a breve trecho pela gestão de 1,5 mil milhões em território nacional.

Para um negócio com estas características, o contexto mundial está hoje envolto em incertezas e a apresentar indicadores pouco transparentes face ao futuro próximo, como a guerra entre a Ucrânia e a Rússia, a subida das taxas de juro nos Estados Unidos e na União Europeia, a inflação… Mas mesmo neste ambiente há oportunidades para engordar fortunas. Mozamil Afzal, global CIO do EFG Asset Management e CEO desta unidade no Reino Unido, que marcou presença na inauguração do escritório do Porto, considera que “setores defensivos, como os cuidados de saúde são atrativos, bem como certos segmentos tecnológicos, como os semicondutores”. Na sua opinião, a energia, o GNL (gás natural liquefeito), e as renováveis são igualmente áreas de elevado potencial. O banco suíço decidiu também aumentar a sua exposição às obrigações, que estão a gerar aumentos de rendimentos, assim como está atento ao mercado bolsista, considerando que as ações estão baratas e com potencial de valorização. Outra área de interesse é o imobiliário residencial, onde a escassez de produto justifica a aposta.

Em simultâneo, Mozamil Afzal adianta que se está “a assistir ao aparecimento de boas avaliações e oportunidades em mercados emergentes, que não a China”. O abrandamento económico do gigante asiático e a política covid zero “estão a trazer desafios para os mercados de produtos base”, que acabam por ter consequências mais planetárias, nomeadamente a travagem do crescimento global, sublinha. O responsável afasta, para já, o cenário de uma recessão, até porque a maioria das economias desenvolvidas vive uma situação de pleno emprego. No entanto, perspetiva-se uma desaceleração do crescimento impulsionada “pelos elevados preços dos produtos base e restrições políticas”.

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