O El Corte Inglés vendeu o seu negócio de óticas – Óptica 2000 – com 106 lojas em Espanha e duas em Portugal ao gigante holandês GrandVision, escreve o Cinco Días, esta quarta-feira. A operação tem um efeito triplo para o grupo liderado por Jesús Nuño de la Rosa que relança a sua subsidiária de óticas, alcança uma aliança com um gigante do setor e dá mais um passo em direção ao rating de investimento.
Um dos objetivos desta operação passa pela redução da dívida líquida do grupo, que se situava nos 3.652 milhões de euros no final do primeiro semestre do seu exercício fiscal, que termina a 28 de fevereiro.
Mas, esta aliança servirá ainda para potenciar a área de negócio. O peso desta área no El Corte Inglés é reduzido, tendo faturado apenas 82,8 milhões de euros em 2017, correspondendo a 0,5% da faturação total do grupo. O EBITDA da Óptica 200 somou 10,4 milhões de euros, apenas 1% dos 1.053,7 milhões do total.
A GrandVision, empresa holandesa cotada em bolsa com uma capitalização de cinco mil milhões de euros, vai relançar esta divisão do grupo espanhol, modernizando as lojas existentes e abrindo novos estabelecimentos nos próximos anos. Para isso, irá apoiar-se na localização estratégica das lojas, na sua maioria situadas nos centros comerciais El Corte Inglés. Além disso, o grupo irá manter os trabalhadores, que eram cerca de 700 em 2017.
O grupo de óticas holandês opera em 44 países, incluindo Portugal. Entre janeiro e setembro de 2018 registou vendas de cerca de 2,8 mil milhões de euros e um EBITDA de 449 milhões.
Em dezembro de 2018, o El Corte Inglés anunciou a venda de 130 imóveis de grande dimensão para baixar dívida.
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