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Elad Dror renunciou ao cargo de CEO da promotora imobiliária Fortera, decisão tomada no seguimento da Operação Babel, desencadeada na semana passada pela Polícia Judiciária por suspeitas de corrupção e favorecimento em projetos urbanísticos em Vila Nova de Gaia.
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Esta quarta-feira, Elad Dror anunciou a sua resignação “ao cargo com efeitos imediatos de forma voluntária”. Em comunicado, avança que esta resolução já tinha sido manifestada “anteriormente diante do juiz aquando da sua audição”.
O objetivo é permitir que “a empresa possa continuar a sua atividade sem quaisquer interferências do e no processo em curso”, estimando “que termine sem mais acusações”, adianta ainda na nota enviada às redações.
Na próxima semana, será nomeado um novo CEO do grupo Fortera.
Elad Dror, que num primeiro momento da Operação Babel foi detido preventivamente, está agora em liberdade a troco do pagamento de uma caução de um milhão de euros e a entrega do passaporte.
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Recorde-se que a Polícia Judiciária encetou esta operação tendo por base “viciação de normas e instrução de processos de licenciamento urbanístico em favor de promotores associados a projetos de elevada densidade e magnitude, estando em causa interesses imobiliários na ordem dos 300 milhões de euros, mediante a oferta e aceitação de contrapartidas de cariz pecuniário”.
Os interesses imobiliários em causa dizem particularmente respeito ao Skyline, projeto em Vila Nova de Gaia, que estava a ser desenvolvido pela Fortera.
No comunicado de hoje, o grupo de capitais israelitas afirma que “o projeto Skyline e o Centro de Congressos em Vila Nova de Gaia foram iniciados e apoiados pela Câmara Municipal de Gaia”.
Na nota, acrescenta que a autarquia declarou o empreendimento como “emblemático para a cidade, demonstrando assim o empenho em prestar assistência proporcional ao elevado investimento exigível para a sua execução”.
Neste contexto, a Fortera sublinha que o seu envolvimento “no projeto Skyline deriva de um convite a si endereçado para construir um Centro de Congressos com capacidade para 2.500 pessoas”.
“Em troca, foi concedida à empresa a capacidade de construção e respetivas isenções fiscais, sujeitas à aprovação pela Assembleia Municipal e sujeitas à discussão pública, tal como previsto na lei”, frisa no comunicado.
Segundo a promotora, a sua atividade no país, centrada até agora na região Norte, pautou-se por “valores como a transparência e a integridade, servindo até como modelo para outros seguirem”.
“As alegações e acusações que surgiram tomaram de surpresa o Grupo Fortera”, escreve no comunicado.
Nesse sentido, diz acreditar “firmemente que as alegações se revelarão infundadas, pois nunca houve qualquer envolvimento do Grupo Fortera em quaisquer ações que pusessem em causa os seus investimentos no País”.
O grupo sublinha ainda que nestes oito anos de atividade em Portugal se dedicou “incansavelmente a criar um impacto positivo”, “particularmente na região Norte e em Vila Nova da Gaia, para onde captamos investimento significativo, beneficiando a economia local e criando centenas de postos de trabalho”.
A Fortera assegura que continuará a manter e a respeitar os compromissos.
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