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Em setembro de 2020, em plena pandemia, a DPD Portugal surpreendeu o mercado ao renovar a sua frota operacional, através da aquisição de 276 Peugeot Boxer. Um negócio recordista, em plena crise, num valor próximo dos 10,5 milhões de euros e válido até final de 2021.
Para Rui Nobre, diretor-geral adjunto de Operações da DPD Portugal, a explicação para o investimento é simples. “A covid 19 levou a um aumento inesperado no setor das encomendas. Lockdowns, confinamentos e medidas preventivas levaram a um crescimento do e-commerce e um consequente aumento nas entregas, que, no caso da DPD em Portugal, representou um crescimento de 13,6% face a 2019, para um total de 21,5 milhões de encomendas. Obviamente que o impacto da vendas B2C (empresas a particulares) foi enorme, tendo a nossa atividade neste segmento crescido acima do 57%”, explica o responsável.
A nova frota de Peugeot Boxer conta com motores 2.2 BlueHDi de 120 cv e é cumpridora da norma Euro 6. Poderá dizer-se que, para a empresa, a combustão interna, nomeadamente, o Diesel, ainda tem espaço na frota?
“Continua a ser uma solução muito competitiva a vários níveis: em termos de preços vs modelos semelhantes de outras marcas; no que se refere a preços vs elétricos; na operacionalidade vs. viaturas elétricas (autonomia e infraestruturas necessárias, por exemplo), ou mesmo comparando com viaturas a gás, onde a rede de abastecimento é muito limitada”, adianta Rui Nobre.
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A grande aposta na descarbonização já está em curso
Atualmente, a frota da empresa é composta por 330 veículos e a tendência é de crescimento, para fazer face ao aumento do e-commerce. E a aposta a curto prazo será em veículos elétricos. “Sim, Lisboa e Porto são duas das cidades europeias em que assentam a estratégia verde do nosso grupo. Este projeto de descarbonização da frota de distribuição nas cidades de Lisboa e Porto começam já este ano, para estarmos igualmente preparados para futuras limitações em termos de circulação nas principais zonas urbanas”, adianta o responsável. E aponta datas concretas para esta eletrificação. “O nosso objetivo é termos a cidade de Lisboa 100% descarbonizada em 2021 e a cidade do Porto em 2022”, assegura a mesma fonte.
Rui Nobre defende que os incentivos e apoios estatais para a aquisição deste tipo de veículos não poluentes poderiam “ser maiores”. E argumenta, a propósito. “As entidades privadas estão a agir como um motor de transformação das cidades, operando uma descarbonização que vai de encontro às ambições governamentais”, sublinha.
Descarbonizar é a palavra de ordem para a DPD Portugal
“O transporte urbano de mercadorias é responsável por até 30% das emissões de CO2 nas cidades e 50% de todas as emissões de partículas encontradas em contextos urbanos. Sabendo que somos parte do problema, mas que temos de o ser também para a solução, o DPDgroup escolheu 225 cidades europeias para começar a implementar estas iniciativas”, revela.
“Um objetivo que depende de um novo modelo de entrega que o DPDgroup tem vindo a experimentar, nos últimos anos, em várias cidades por toda a Europa. Graças a esta experiência, o DPDgroup repensou a forma como funciona a entrega de mercadorias, implementando micro agências urbanas, bem como soluções alternativas de entrega adequadas, como são os casos dos Pontos PickUp e dos Lockers. Até 2025, o DPDgroup reduzirá a sua pegada de carbono nas cidades visadas, diminuindo as suas emissões de CO2 em 89% e os poluentes em 80% em relação a 2020”, assegura Rui Nobre.
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