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A Ecoceno, a empresa de Vila Nova de Gaia que cria embalagens reutilizáveis para restauração, acaba de incluir na sua lista de clientes o Pingo Doce do campus da Nova SBE. É o primeiro supermercado a aderir ao serviço, numa tentativa da universidade de contribuir para a sustentabilidade do campus, e que será alargado, a partir de 17 de outubro, com a instalação de um ponto de devolução de recipientes usados. Até ao final do ano, a Ecoceno conta chegar a “centenas de estabelecimentos”, mas é sobretudo a partir de 2024, quando se prevê que o uso de embalagens descartáveis seja totalmente proibido, que Afonso Vieira, fundador do projeto, conta dar o grande salto.
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O projeto, que conta com os apoios da Sociedade Ponto Verde e do Ministério do Ambiente, através do Fundo Ambiental, foi criado pela Embal, empresa com 25 trabalhadores e que fatura 6,5 milhões de euros ao ano. É a principal fabricante de embalagens de alumínio no mercado nacional, que, perante o risco de ficar sem negócio, quando surgiu a legislação a obrigar ao pagamento pelo uso de embalagens não descartáveis, procurou encontrar alternativas, olhando para o que já se fazia lá fora.
Assim surgiu o serviço Ecoceno que disponibiliza cerca de uma dúzia de embalagens reutilizáveis distintas, de variados tamanhos e capacidades, incluindo para pizzarias, que fornece aos restaurantes, aos quais cobra não pelas embalagens, mas pelo número de utilizações que elas têm. O preço varia consoante o tipo de embalagens, mas ronda os 20 cêntimos por cada utilização.
Para os consumidores o serviço é gratuito, desde que as devolvam nos 14 dias subsequentes, no local onde compraram a comida de take away ou em qualquer outro aderente ao serviço. Para o efeito, têm apenas que instalar a app da Ecoceno no seu telemóvel. Quando vai levantar uma refeição com embalagens da Ecoceno, mostram o código QR da aplicação no restaurante e aquela embalagem passa a estar associada àquele consumidor. Se a devolver no prazo de 14 dias, não paga nada, por contraponto aos 30 cêntimos de taxa que paga atualmente pelas embalagens de utilização única sempre que compra comida para levar. Se comprar três refeições por semana e usar duas embalagens por refeição, gasta 94 euros por ano, que poderá passar a poupar, ao mesmo tempo que evita o desperdício de 312 embalagens. Se não quiser instalar a app e associar à mesma o seu cartão bancário, pode sempre pagar a caução no restaurante, de cinco euros, que lhe será posteriormente devolvida.
E para facilitar ainda mais as entregas, a Ecoceno está já a instalar os postos de devolução em espaços de conveniência, com os supermercados e postos de abastecimento de combustíveis.
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Afonso Vieira acredita que, a cinco anos, a Ecoceno estará a faturar mais do que a Embal atualmente, os já referidos 6,5 milhões de euros. Quanto à Embal, é só uma questão de reinventar o negócio, acredita. “A guerra às embalagens descartáveis para take away é transversal a toda a União Europeia, portanto, é uma questão de direcionarmos mais os nossos esforços para a área da indústria”, diz, explicando que metade do negócio é já no segmento industrial. Fornece, entre outros, as pequenas taças de alumínio para os pastéis de nata, empadas, queques, etc.
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