Partilhareste artigo
Na próxima semana, no dia 9, deverá abrir ao público em Vila Nova de Famalicão a 89.ª loja do Lidl na região Norte, a zona do país com maior número de unidades da cadeia retalhista alemã, que em Portugal já soma 270 espaços comerciais, num crescimento contínuo ao longo de quase 30 anos de permanência no país.
Relacionados
A nova abertura serviu de pretexto para uma revisitação da marca, agora com dados atualizados a 2021, sustentados num estudo da KPMG sobre o impacto socioeconómico da empresa na região (os impactos no país já foram divulgados em novembro). Muitos dos números regionais são idênticos aos que tinham sido apresentados no estudo de 2019, relativo a 2015-2018. Mas há novidades.
A quantidade de lojas concentrada a Norte permite à região, por exemplo, contribuir com 22% da geração de riqueza da marca em território nacional, sendo que 59% dessa contribuição deriva da própria atividade do Lidl e o restante do impacto indireto (16% do valor total da riqueza gerada e 25% do valor total do impacto induzido), revela Luís Vergueiro, diretor-geral da marca para a região Norte.
Traduzindo para dinheiro, significa que, entre 2019 e 2021, a geração de riqueza do Lidl no Norte subiu de 554 milhões de euros para 577 milhões, com um crescimento médio anual de 2%, admitindo-se que por cada euro gasto pelo Lidl no Norte, foram gerados cerca de 1,7 euros na economia nacional – referência igual à divulgada em 2019.
Na globalidade do país, só recordar que a empresa contribuiu com 2,610 milhões de euros para a economia portuguesa, em 2021, representando 1,2% do PIB, de acordo com o mesmo estudo. Nessa lógica, acrescentam os autores que, por cada euro gasto pelo Lidl foram gerados 1,73 euros na economia nacional.
Subscrever newsletter
Mais emprego
Para o desempenho alcançado, o fator humano também entra na fórmula. Hoje, a empresa conta 9 mil trabalhadores no país, todos com contrato sem termo, num aumento de 11% em três anos, prossegue Luís Vergueiro. A nível nacional, a retalhista contribuiu para a geração de quase 60 mil (59 926) postos de trabalho diretos e indiretos, em 2021. Dito por outras palavras, e de acordo com o estudo, por cada posto criado pelo Lidl, houve 7,3 novos empregos no país.
Ao nível da região, o estudo indica que, de 2019 a 2021, a atividade da empresa contribuiu com 23% da criação de emprego, num total de 13 500 postos diretos e indiretos. Nos três anos, o emprego na empresa cresceu 4% ao ano, o que permitiu que, em 2021, por cada posto criado pelo Lidl no Norte tenham sido gerados 7 empregos, um número superior aos 6,1 divulgados em 2019.
Em matéria laboral, os dados mais frescos são os que dizem respeito aos salários, uma vez que entraram em vigor em janeiro os aumentos anunciados em outubro. Tal como foi avançado, os vencimentos de entrada na empresa subiram quase 10%, para 820 euros, para o primeiro ano de trabalho, “um aumento superior aos 7,8% definidos pelo governo para o salário mínimo nacional em 2023”, que se fixou nos 760 euros, como sublinha Luís Vergueiro.
Também os trabalhadores dos restantes escalões da operação vão ser aumentados. Mas o gestor salvaguarda que quem está em posições sem atualização salarial vai receber, no próximo mês de março, pelo menos, 3% do valor bruto anual do seu vencimento, sob a forma de prémio. No cômputo global, os aumentos representam um investimento de 8,4 milhões de euros.
Força exportadora
Outra área onde o Norte se destaca na dinâmica da empresa tem a ver com o seu contributo para fornecer toda a cadeia. Assim, o diretor-geral revela que a região “é responsável por 21% do fornecimento” e destaca as categorias mais relevantes: os produtos lácteos (iogurtes, por exemplo), as bebidas não alcoólicas (sumos, néctares, águas), charcutaria e fruta.
Esse contributo não se fica pelo mercado nacional. Em 2021, o Lidl exportou 22 mil toneladas de frutas e legumes, 67 milhões de unidades de padaria e pastelaria, 8 mil toneladas de legumes e leguminosas enlatados, 16 mil toneladas de snacks, lanches e merendas, 2 mil toneladas de peixe e conservas, e ainda, 5,2 milhões de litros de vinhos e licores, entre outros produtos. Tudo isso encaminhado para 29 países.
Segundo detalha, as exportações do Lidl Portugal representaram 2% das vendas nacionais de produtos alimentares para o mercado comunitário, um aumento de 1,2% face a 2020. Trata-se de um volume que justificou a criação de quase 4600 empregos em Portugal, de forma indireta, mais 98 postos em relação a 2020.
No caso específico das frutas e legumes, a diversidade de produtos exportados triplicou em relação a 2028, com 19 artigos a serem encaminhados para o exterior, um universo onde se destaca a pera-rocha, a “rainha” das frutas, com 11 300 toneladas exportadas, embora nos contentores também sigam melão, melancia, limão, nectarina, pêssego, ameixa, alperce, couve-coração e abóbora.
Sem divulgar dados sobre as vendas, nem antecipar metas para este ano, o gestor reafirma a aposta da empresa em Portugal, recordando o investimento de 73 milhões de euros no entreposto de Santo Tirso, em 2020, onde se criaram 200 empregos, bem como os 200 milhões de euros investidos no ano passado em Portugal.
Luís Vergueiro assume que “o Lidl está empenhado em Portugal e, seguindo a política de investimento, iremos certamente continuar a investir na região Norte. 2023 será um ano desafiante para todos, no entanto, mantemos o nosso foco em garantir a máxima qualidade ao melhor preço aos nossos clientes, com quem queremos estar cada vez mais próximos”.
Deixe um comentário