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As empresas portuguesas continuam a recrutar mais homens do que mulheres. Em cada 100 contratações realizadas, 57 são indivíduos do sexo masculino. Mesmo ao nível da aposta no talento, designadamente na atração e retenção, a aposta é maior nos homens, uma vez que apenas 33,7% das promoções internas são de colaboradores do sexo feminino.
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As conclusões fazem parte de um estudo elaborado pelo BCSD – Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável, no âmbito do inquérito “Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) no meio empresarial português”, que concluiu, entre outras questões, que as discrepâncias entre homens e mulheres no trabalho continuam a ser acentuadas.
De facto, o tecido empresarial português continua a ser dominado por homens, quer em quantidade, quer ao nível da progressão de carreira e condições de trabalho. Compõem quase 54% do tecido e 64,2% dos colaboradores com mais de 20 anos numa organização são do sexo masculino. As mulheres, por outro lado, são as que mais têm contrato a tempo parcial (71,3%) e continuam a ter menos progressão de carreira, com apenas 27,3% a chegar a funções de direção.
No que diz respeito a vínculos contratuais, de facto, o sexo masculino representa apenas 28,7% dos contratos a tempo parcial, versus 71,3% das mulheres. Também nos contratos sem termo (57%) e a termo incerto (60,7%) os homens são a maioria, sendo que apenas 43% e 39,3%, respetivamente, das mulheres, têm contratos nestas condições.
O outro lado da moeda surge com o trabalho temporário, em que a maioria dos indivíduos (75,5%) que exerce tais atividades são homens, contra apenas 24,5% das mulheres.
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Verifica-se, ainda, que o fosso entre os géneros se vai alargando à medida que se sobe na hierarquia, acentuando-se particularmente nos cargos de liderança. Funções nas categorias de direção executiva de gestão e coordenação são maioritariamente exercidas por homens – 72,7% e 66,1%, respetivamente -, relegando para segundo plano o sexo feminino, com uma representação de apenas 27,3% nas direções executivas.
A remuneração é outro indicador que ainda revela desequilíbrios entre os géneros, com os homens a receber, tendencialmente, mais que as mulheres. De acordo com o estudo, dentro da mesma organização e exercendo exatamente as mesmas funções, por exemplo, em cargos de direção executiva, por cada um euro ganho pelos homens, as mulheres auferem, em média, de apenas 89 cêntimos.
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