A maior parte dos executivos do setor das utilities acredita que o crescimento dos lucros do negócio de distribuição de eletricidade irá permanecer sob pressão até 2025, mas mantém-se otimista perante os anos seguintes, de acordo com o estudo mais recente da Accenture – Digitally enabled Grid.

O sentimento otimista resulta da eficiência e do melhor desempenho de rede que as recentes tecnologias e novas oportunidades de negócio proporcionam, diz o estudo, que se baseia num inquérito a 150 executivos do setor em mais de 25 países.

“Após vários anos de disrupção – impulsionada pela pressão da regulamentação, pelas novas tecnologias, pela geração distribuída, pelas alterações nas dinâmicas do consumidor e por uma menor procura – o ambiente desafiante continuará a ser um entrave ao crescimento dos lucros dos distribuidores num futuro próximo”, pode ler-se.

Enquanto as tecnologias digitais podem desempenhar um papel fundamental na criação de valor nos negócios, 93% dos executivos acredita que o negócio da distribuição se está a esforçar para conseguir oferecer os benefícios da transformação digital. O estudo revela a necessidade de ações rápidas, uma vez que o desempenho de outros serviços continua a ser uma ameaça ao setor das utilities.

Ainda assim, são 97% os inquiridos que se mostram otimistas face aos lucros a partir de 2025. “É esperado, em particular, que o crescimento dos ganhos seja impulsionado em grande parte pela maior eficiência dos processos core (segundo 54% dos entrevistados), melhor desempenho das redes inteligentes (50%), oportunidades de receita dos serviços core de distribuição (43%), novos serviços como micro-redes (40%) e novos asset plays, incluindo a geração distribuída e armazenamento (40%)”.

“Os negócios de distribuição têm a oportunidade de se tornar otimizadores de redes inteligentes, desenvolvendo e ampliando as capacidades avançadas das operações de rede para acomodar, operar e navegar um ecossistema de dispositivos de energia que está a ser adotado para residências e empresas”, salienta Stephanie Jamison, managing director da Accenture e Transmission & Distribution Business Lead.

São as mais recentes tecnologias digitais que terão o papel principal na transformação do negócio core da distribuição de eletricidade. As tecnologias disruptivas apontadas pelos inquiridos foram os veículos autónomos (59%), a tecnologia digital twins (55%), a inteligência artificial (41%), a realidade virtual e aumentada (47%) a blockchain (44%) e os robôs autónomos (41%).

O estudo revelou também que esta transformação digital pode ter a capacidade de “desbloquear a capacidade de investimento”, permitindo a procura de novas oportunidades de receita.

“O modelo deve fomentar a inovação, ampliar a escolha do cliente e fornecer eficiência, ao mesmo tempo que oferece a oportunidade às empresas mais produtivas de obterem recompensas financeiras”, aponta Stephanie Jamison. “As organizações de distribuição estão bem posicionadas para ajudar a acelerar o processo de transformação de forma a criar um sistema elétrico mais bem distribuído, de baixo carbono e centrado no cliente”.

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