//Empresas preocupadas, mas pouco ativas a melhorar a igualdade de género

Empresas preocupadas, mas pouco ativas a melhorar a igualdade de género

A igualdade de género no mundo do trabalho é uma questão que está em cima da mesa dos executivos, mas ainda longe de estar no terreno. A maior parte das empresas mundiais (81%) considera importante melhorar a diversidade e inclusão, mas apenas 42%, menos de metade, têm uma estratégia plurianual para atingir a igualdade de género, conclui o relatório da Mercer “When Women Thrive 2020”.

O estudo revela que a representação feminina em cargos de liderança tem aumentado, mas diminui à medida que os níveis na carreira vão progredindo. As mulheres constituem 47% em funções de suporte nas empresas e 42% em trabalhos de níveis superiores. No entanto, apenas 29% ocupa cargos de reporte direto à administração e 23% cargos executivos.

Segundo Diogo Alarcão, CEO da Mercer Portugal, “a igualdade de sexo é hoje um imperativo global e as empresas estão a tomar medidas para fazer a diferença”. No entanto, alerta, “enquanto as mulheres continuarem a estar sub-representadas em cargos superiores, assim como a nível de oportunidades de desenvolvimento e progressão de carreira, independentemente do setor ou geografia, isto significa que ainda existe muito trabalho a fazer para conquistar um equilíbrio entre homens e mulheres em contexto profissional.”

O relatório da consultora Mercer conclui que as taxas de recrutamento, promoção e retenção de mulheres já se comparam com as taxas masculinas. O estudo releva também que quase três quartos das organizações, cerca de 72%, têm equipas dedicadas a análises de equidade nas políticas de compensação, comparativamente aos 45% registados na última edição do relatório, há quatro anos. Mais de metade das empresas, 56%, utiliza abordagens estatísticas robustas de equidade salarial, face aos anteriores 35%, adianta.

Segundo o estudo, 66% das empresas dizem que os seus altos executivos estão ativamente ligados a iniciativas e programas de diversidade e inclusão, face a 57% em 2016, e mais de metade (57%) refere o mesmo dos respetivos conselhos de administração, que compara com os 52% registados há quatro anos.

“Definitivamente, e embora de forma lenta, as empresas estão a permitir que as mulheres intervenham e que reforcem o seu papel”, refere Gabriela Picciotto, responsável pelo DICE (área que coordena os temas de diversidade e inclusão) na Mercer Portugal. “Todas as empresas que estão já a tomar medidas para melhorar e reforçar sistematicamente a representação de grupos sub-representados e a criar uma cultura mais inclusiva, irão atingir resultados tangíveis e os benefícios que decorrem dos mesmos “, considera.

O relatório “When Women Thrive 2020” da Mercer é baseado nas opiniões de executivos de recursos humanos e líderes de negócio de 1157 organizações em 54 países e seis regiões, representando sete milhões de colaboradores. Esta pesquisa cobre políticas e práticas relacionadas com a diversidade, inclusão e igualdade de género, incluindo questões relativas com responsabilidade, envolvimento da liderança, igualdade salarial, desenvolvimento de carreira, bem-estar e saúde financeira.

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