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A Smartwatt, empresa portuense com mais de 15 anos de experiência em serviços de energia, decidiu promover a cisão da área de negócio dedicada à Inteligência Artificial numa nova empresa, a Enlitia, que conta já com um portefólio de clientes em 11 países, entre os quais a EDP Renováveis, Galp, Ventient Energy ou os italianos da ERG. Focada nos sistemas inteligentes para as grandes renováveis, a Enlitia tem o seu foco nos mercados internacionais, uma vez que, em Portugal, o espaço de crescimento será diminuto. Já a Smartwatt ficará exclusivamente dedicada aos processos de descarbonização e transição energética para a indústria e grandes edifícios, áreas onde “há ainda muito caminho a fazer no mercado nacional”.
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Com mais de 10 mil ativos em monitorização, de cerca de 15 parceiros em três continentes, a Enlitia garante que a aplicação dos seus algoritmos permite assegurar 54 horas de produção anual extra por cada torre eólica, além das 2700 horas que uma turbina eólica opera em pleno, em média, assegurando assim uma poupança anual de mais de 2 milhões de euros por cada GW de potência instalada. Isto graças ao “ecossistema único de algoritmos” que a empresa desenvolveu e que garante “a maximização da produção de energia solar e eólica, minimizando o impacto da sua variabilidade”. Simplicidade, flexibilidade e rapidez são outras das vantagens, diz o CEO da Enlitia, explicando que esta plataforma “unificada e intuitiva” permite “perceber o estado dos ativos renováveis em tempo real e prever os dias seguintes”, poupando tempo e dinheiro.
Reino Unido, Espanha, Itália, Alemanha e França são os grandes mercados de aposta no imediato, sendo que o objetivo é expandir os serviços da empresa “por toda a Europa e, mais tarde, pelos Estados Unidos e pela América Latina”. Responsável por um milhão de euros de vendas em 2022, dos 6,7 milhões de euros totais que a Smartwatt teve, a Enlitia pretende já este ano faturar dois milhões e crescer para os 6,9 milhões de euros em 2025.
Os mercados externos, que atualmente valem cerca de 10% do negócio de IA, vão, este ano, já assegurar 30% das vendas e, em 2025, o objetivo é que sejam responsáveis por metade da faturação da Enlitia. Conta com 23 trabalhadores, mas espera contratar mais sete até ao final do ano, muito ligados às engenharias informáticas e às matemáticas, designadamente especialistas em dados e em machine learning – que irá contratar “onde os houver”. O design é assegurado por três funcionários ucranianos que trabalham a partir da Eslovénia, e a área de user experience e user interface está a cargo de equipa na Roménia. E está a avaliar candidatos da Índia.
Já a Smartwatt, que conta com mais de 200 clientes em diversos setores, da indústria à hotelaria, passando pelos edifícios de serviços, espaços comerciais ou hospitais, vai focar-se no desenvolvimento de serviços e produtos relacionados com a digitalização – tendo em vista ajudar à definição e implementação de estratégias que permitam o uso “eficaz e eficiente” da energia -, e as poupanças a isso associadas. As novas soluções relacionadas com as baterias e as comunidades de energia renovável são outros dos focos de aposta. A empresa, que trabalha com Bosch, Grupo Lusiaves, Grupo Soja de Portugal, Amorim, Sonae, Ramirez e MEO, entre outros, espera, este ano, faturar 6,7 milhões e, em 2025, chegar aos oito milhões de euros.
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