A AESE Business School e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro acreditam que o turismo será a principal alavanca de crescimento do sector do vinho em Portugal, com o enoturismo a proporcionar um aumento de vendas que pode chegar aos 50%.
Os dados, recolhidos pelo projeto CV3 – Criação de Valor na Vinha e no Vinho, apontam para que as vendas à porta das quintas aumentem de valor entre 30% e 50% nos próximos cinco anos, uma subida que dará às empresas do sector uma “margem adicional significativa”, para além de qualificar a imagens das respetivas marcas, algo “muito relevante” por 96% dos produtores inquiridos. Para discutir o tema, e ouvir alguns dos principais nomes do enoturismo nos EUA e na Europa, a AESE organiza, terça-feira, em Lisboa, o seminário ‘Enoturismo: Como Crescer e Competir?’.
“O enoturismo posiciona-se como uma vertente importante da atividade da indústria do vinho e contribui para criar valor através de três pilares complementares”, defende o presidente da AESE e um dos mentores do Projeto CV3. “A afirmação de uma oferta turística diferenciada, o reforço da geração de valor no sector da vinha e do vinho e o fortalecimento de um motor de desenvolvimento económico e de ordenamento do território”, salienta Ramalho Fontes.
Para além da AESE e da UTAD, o Projeto CV3 envolve o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária – INIAV, a ADVID – Associação Desenvolvimento da Viticultura Duriense e a consultora PricewaterhouseCoopers – PwC Portugal. Visa estimular as exportações de vinho português, contribuindo para o aumento da competitividade das empresas nacionais no mercado global.
Segundo a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, em 2018 vieram a Portugal 2,5 milhões de turistas atraídos pelo enoturismo (mais 300 mil que em 2016), sendo que “80% dos que nos visitam afirmaram que a nossa gastronomia e os nossos vinhos os farão voltar”. Se Portugal acompanhar a evolução verificada noutras regiões do mundo, é previsível que nos próximos anos os turistas enófilos aumentem os seus consumos nos centros de enoturismo nacionais em cerca de 20%.
“O potencial do enoturismo em Portugal é tão expressivo que, no âmbito do Projeto CV3, fizemos questão que os agentes do mercado português possam ouvir os diagnósticos mais atuais das regiões de Bordéus, na Europa, e de Nappa Valley, nos Estados Unidos”, afirma Ramalho Fontes. Presentes estão, também, especialistas de outras áreas deste ‘cluster’, como a logística, que será fundamental para transportar para casa dos turistas estrangeiros as garrafas de vinhos que eles comparem em cada quinta.
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