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Uma consultora que instala um centro de competências high-tech em Lisboa e quer rede informática independente. Um pequeno escritório de advogados que deseja ter morada na Av. Liberdade. Uma multinacional que procura espaço para se instalar com toda a privacidade e segurança e ter acesso a todos os serviços corporate sem ter de os incluir na sua estrutura. Cada um deles querendo um ambiente corporate à sua medida, com serviços que vão da infraestrutura premium e sofisticada à contratação de salas para eventos, passando pelo pequeno-almoço no escritório. Todos têm lugar num dos edifícios dos Centros Maleo. O nome diz tudo. “Oferecemos total maleabilidade aos clientes”, explica ao DV o CEO, Nishel Rajani, no edifício de serviced offices do Parque das Nações que nesta semana juntou à oferta.
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O empresário que é também dono da Ashira Capital – empresa de investimentos, sobretudo imobiliários, que em 2019 tomou a decisão estratégica de entrar nos serviced offices – garante que o mercado existe e tem muito potencial. “O peso dos serviced offices em Lisboa é de 3%, enquanto em cidades como Nova Iorque ou Londres já são 15%.” E a maior prova de que está no bom caminho é a satisfação dos clientes. Em 2020, a duração média dos contratos assinados com a Maleo eram 10 meses, agora são dois anos.
“Temos sido pressionados por clientes para espalhar o negócio a outras cidades”, confidencia o CEO, garantindo que só o fará se puder assegurar o delivery com os padrões de qualidade que lhe deram a reputação. O alargamento ao Porto, porém, não deve tardar, a pedido de várias empresas – “estamos a analisar oportunidades com o fit out do cliente”.
A firma nasceu em 2019, quando a Ashira Capital, de Nishel e da mulher, comprou a Golden Hub e reposicionou a empresa, lançando o conceito Maleo. E se atravessar a pandemia não foi fácil, acabou por se revelar uma oportunidade porque abriu olhos a este tipo de serviço e potenciou negócio até aos atuais sete edifícios: dois no Parque das Nações, o Av. Liberdade 245, Mouzinho da Silveira 10, Castilho 52, Av. República 18 e José Malhoa 19. O investimento feito por edificio variou entre 400 mil (Malhoa) e 2 milhões de euros (Castilho), só em obra – sem contar rendas ou acabamentos, até porque esses são feitos à medida e a pedido do cliente, da alcatifa ao logo da empresa. “Se um cliente quiser alterar o espaço para ter uma copa ou mais estações de trabalho, nós garantimos a modificação e entregamos em 15 dias”, frisa, explicando que as alterações não são cobradas com a obra, mas antes diluída na prestação mensal da empresa. “É a especialização a funcionar”, diz, apontando a vantagem competitiva de ter no grupo Ashira toda a cadeia imobiliária e a ela recorrer para cumprir os desejos dos clientes. “Sempre dentro dos limites, porque há a responsabilidade das empresas e um patamar razoável para um gestor decidir pagar – não nos peçam helicópteros no telhado”, brinca. “De resto, “não” é uma palavra impossível”.
Claro que isto requer esforço físico e financeiro, “mas é o que nos distingue”, diz, reconhecendo que a inflação impactou o negócio, com as obras a derrapar para o dobro do previsto em 2021. Mas Nishel tem aguentado o impacto: “O cliente já tinha o seu contrato, este é um problema que é meu, não pode ser dele”, diz, ainda que admita que no futuro terá de ir fazendo ajustes. É talvez por todo esse cuidado e pelo “sorriso” que atribui aos seus serviços e às pessoas que os prestam que já soma mais de 150 clientes nos centros de escritórios, incluindo gigantes como Airbus, HBO, Xioami, Getir, Lenovo, Tripadvisor, AmGen ou Unbabel.
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“O peso dos serviced offices em Lisboa é de 3%, enquanto em cidades como Nova Iorque ou Londres já são 15%.”
Com o serviço à medida de cada empresa que se instala num espaço Maleo, há que garantir capacidade de transformar custos em rendimento mas isso não tem sido dificuldade: “Quando abrimos um centro já temos ocupação a 100%.” O preço varia muito – com o espaço, pedidos, serviços requisitados, área, localização, etc. -, mas Nishel diz que não ultrapassa os 15% mais do que custaria a uma companhia montar a sua própria estrutura. “E aqui tem muito mais conforto, podendo por exemplo usufruir dos lounges quando quer sem ter de os manter e pagar quando não está a usá-los.”
Neste edifício – fruto de um negócio com a Liberty, que no pós-pandemia assumiu o trabalho remoto e ficou com 10 de 14 pisos livres e contrato por mais oito anos, convidando a Maleo a subarrendar -, Nishel fez uma área de eventos mais formal e um lounge temático que é um verdadeiro sports bar com TV a toda a volta, bar e bancos altos, mesa de snoocker que se converte em mesa de reuniões, minigolfe, cervejas de várias qualidades e matraquilhos numa zona exterior coberta a que nem faltam as bolas de cortiça para o barulho ser reduzido. “Se uma empresa quiser, pode por exemplo reservar para ali assistir com a sua equipa a um jogo de futebol importante ou fazer apresentações num ambiente mais informal.” E qualquer cliente de qualquer edifício Maleo pode requisitar espaço e serviço da equipa interna de food and beverage.
“Os espaços são desenhados para gerar emoções”, explica, assumindo a vontade de também aí ajudar os clientes: “Os sentimentos, a emoção é fundamental hoje para reter talento e aqui conseguimos provocar aquele “uau” nas pessoas.” Para cumprir o prometido, o grupo conta já com 67 pessoas – “somos muito ligados às equipas e é isso que traz o nosso serviço de qualidade”. E o futuro próximo trará mais expansão? “Já não procuramos espaços, sempre que queremos consolidar cai-nos no colo uma nova oportunidade.”
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