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A escassez de talento por falta de trabalhadores qualificados mantém-se em níveis historicamente altos e Portugal é já o quarto país do mundo com maior dificuldade em contratar, situando-se apenas atrás de Taiwan (90%), da Alemanha (86%) e de Hong Kong (85%), de acordo com os dados divulgados esta segunda-feira, 27, pela ManpowerGroup.
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Segundo o estudo elaborado pela empresa de recursos humanos, Talent Shortage Survey 2023, são as funções na área das Tecnologias de Informação (TI) e dados as mais procuradas pelos empregadores nacionais (30%). A especialista em outsourcing adianta que o top cinco fica completo com as operações e logística (23%), os recursos humanos (21%), a engenharia (20%) e a indústria e produção (19%).
Além dos conhecimentos técnicos, também as competências humanas são cada vez mais relevantes para os patrões, que apontam a resiliência e adaptabilidade (30%) e a capacidade de iniciativa (31%) como as duas soft skills mais desejadas.
Seguem-se ainda a fiabilidade e autodisciplina (29%), a colaboração e trabalho em equipa (26%) e a capacidade de resolução de problemas (26%) no rol dos atributos mais valorizados na hora de assinar contrato.
Apesar de 84% dos empregadores não conseguirem preencher as vagas que colocam no mercado, há áreas mais problemáticas. Para 89% dos inquiridos, os setores de energia e utilities e da indústria pesada e materiais são as mais difíceis para captar talento.
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Seguem-se os setores das TI (87%), dos transportes, logística e automação (86%) e de bens e serviços de consumo (86%).
Embora a escassez de talento seja transversal a todas as organizações, são as médias empresas as mais afetadas (88%).
Superar a escassez de talento
Para superar a falta de talento, 54% dos empregadores planeiam oferecer mais flexibilidade quanto ao local e horário de trabalho e cerca de 40% estão a aumentar salários.
Ainda com o objetivo de atrair e reter talento, 35% das empresas querem diversificar as suas bases de talento, por exemplo através da contratação de trabalhadores sénior, e 26% estão a oferecer bónus de integração na empresa. Cerca de 24% dos empregadores declararam ainda estar a automatizar tarefas e processos de seleção.
Para corrigir o desencontro de competências as organizações estão a implementar várias medidas para investir nas suas pessoas. A maioria dos inquiridos, 76%, diz que as suas empresas apostam no upskill e reskill das suas equipas.
Cerca de 47% dos empregadores planeiam recrutar para novas posições, 41% vão investir em tecnologia para melhoria dos processos de trabalho e 27% planeiam investir em talento temporário ou a contrato.
Para fazer face aos atuais desafios, o Talent Shortage Survey 2023 indica que é necessária uma estratégia eficaz de gestão de talento que deve incluir quatro elementos-chave: investir na formação, encontrar talento qualificado no mercado externo quando não pode ser desenvolvido internamente, cultivar comunidades de talento fora da organização – através de freelancers e trabalhadores temporários -, e ajudar as pessoas a encontrar novos desafios dentro e fora das organizações.
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