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Confiança nos governos está em declínio mas pode ser restaurada através das redes sociais, segundo o estudo Connected Government Report da Salesforce. E isso tem consequências eleitoriais, já que mais de dois em cada cinco entrevistados dizem que a confiança tem um forte impacto na probabilidade de votar.
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Mas há mais: um em cada três inquiridos no estudo da empresa especialista na gestão da relação com consumidor (CRM) e na gestão de software em cloud, divulgado esta segunda-feira, refere que a confiança afeta a forma de partilhar informações pessoais com os governos e 22% dos eleitores acredita que a experiência do utilizador deve ser prioridade. Só 16% dos eleitores acredita que os governos utilizaram a tecnologia de forma correta para melhorar a experiência dos utilizadores.
O relatório global, que conta com dados de Portugal, diz que os governos devem focar-se em construir uma confiança sólida através da implementação de ferramentas digitais, porque “a confiança nas instituições governamentais” está a cair a pique e “dá a sensação de que os governos não estão a trabalhar para os cidadãos”, lê-se.
Tecnologia pode ajudar a reverter o cenário
Mas aquelas plataformas podem inverter a situação. O inquérito apurou que a tecnologia pode ajudar os governos a restaurarem a confiança sobretudo junto das gerações mais novas. Uma em cada quatro pessoas da Geração Z (com idades entre os oito e 23 anos) já utiliza as redes sociais como fonte de informações confiáveis sobre os serviços públicos. Assim, mais de metade (54%) dos inquiridos afirmam que é mais fácil obter ajuda dos governos no online do que pessoalmente.
Os entrevistados classificaram a transparência (53%), a facilidade de envolvimento (44%) e a acessibilidade (44%) como os três atributos mais importantes na reconstrução da confiança nos governos nacionais e locais, segundo revela o mesmo comunicado.
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O vice-presidente executivo e manager da Salesforce Public Sector, Nasi Jazayeri, explica que “a entrega em tempo real e o impacto do amplo alcance dos serviços digitais, como as redes sociais, apresentam uma oportunidade para os governos tirarem partido dos canais digitais para a partilha de informações críticas durante crises, a antecipação de problemas em desenvolvimento e a construção de confiança com informações autênticas e comunicação clara”.
Ou seja, as tecnologias podem revolucionar a forma como os cidadãos interagem e se relacionam com os governos. Assim, 82% dos inquiridos está aberto a aceder a serviços governamentais online, 72% está aberto ao voto eleitoral online e 60% concorda com a possibilidade de utilização de Inteligência Artificial (IA) em serviços governamentais.
“A otimização das experiências digitais não irá apenas permitir que as organizações do setor público acompanhem a evolução do tempo, mas também as irá ajudar a permanecer na liderança”, acrescenta ainda Jazayeri.
Os resultados do estudo Connected Government Report, realizado a nível global entre abril de 2021 e junho de 2022, “tiveram cinco momentos diferentes e foram realizados a universos com valores nunca inferiores a cinco mil inquiridos”.
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