A TikTok, uma aplicação chinesa de partilha de vídeos curtos, está a ser investigada pelas autoridades norte-americanas por suspeita de potencial risco de segurança nacional, depois da compra em 2017 da aplicação norte-americana Musical.ly estar sobre forte escrutínio nos últimos meses.
O Comité de Investimento Estrangeiro nos Estados Unidos (CFIUS), que analisa as compras e investimentos feitos por empresas estrangeiras, nunca aprovou a compra, já que a TikTok é detida pela startup chinesa ByteDance e, segundo noticiou a Reuters, citando duas fontes, o organismo abriu uma investigação que poderá levar a que a ByteDance se desfaça deste ativo, comprado em 2017 e que, em meados de 2018, fundiu dados com a TikTok.
Já não é a primeira vez que a CFIUS intervém em aquisições de empresas nacionais por capital estrangeiro. Em março o organismo forçou a companhia chinesa Kunlun Tech a vender a Grindr depois de concluir que a propriedade estrangeira da aplicação de encontros apresentava um risco para a segurança nacional.
“Apesar de não podermos comentar em processos regulatórios em curso, a TikTok tornou claro que a nossa maior prioridade é ganhar a confiança dos utilizadores e reguladores nos Estados Unidos. Parte desse esforço inclui trabalhar como Congresso e estamos comprometidos em fazer isso”, disse a TikTok, citada pela Reuters.
Nos últimos seis meses a TikTok tem estado sob forte escrutínio pela sua ligação à China. A companhia está sedeada nos EUA, país onde diz armazenar todos seus dados, com sistema de backup em Singapura. “Os nossos centros de dados estão inteiramente localizados fora da China, e nenhuma da nossa informação é sujeita à lei chinesa”, disse a companhia no mês passado em comunicado.
Mas a empresa tem sido criticada por transpor regras de censura chinesas para a sua operação no mercado externo. Em setembro, uma investigação do Guardian revelou que as diretrizes de moderação, em vigor até maio deste ano, instruíam explicitamente os moderados a esconder conteúdos que fizessem referência à Praça de Tiananmen, Falun Gong ou à independência de Taiwan.
“Nunca nos foi pedido pelo governo chinês que removêssemos qualquer conteúdo e não faríamos isso se nos fosse pedido”, disse a companhia citada pelo Guardian. “Não somos influenciados por qualquer governo estrangeiro, incluindo o chinês; a TikTok não opera na China, nem temos intenção de o fazer no futuro”.
Neste mercado, a ByteDance tem a Douyin, que partilha características semelhantes à TikTok.
Deixe um comentário