//Exportações da Sogevinus a crescer acima dos 30%

Exportações da Sogevinus a crescer acima dos 30%


A Sogevinus, empresa do grupo Abanca que detém a mais antiga casa de Vinho do Porto, a Kopke, além das marcas Burmester, Barros e Calém, entre outras, conta fechar o ano a crescer acima dos 20%, com a faturação a ser fortemente impulsionada pelas vendas de vinhos quer no mercado nacional quer na exportação. O turismo está ainda a cair, mas a empresa liderada por Sérgio Marly Caminal continua a investir fortemente no enoturismo. Já o aumento do custo das matérias-primas está a impactar o investimento da Sogevinus, que conta agora despender mais seis milhões de euros, além dos 30 milhões previstos, para concluir o hotel vínico de cinco estrelas, em construção em Vila Nova de Gaia. O Hotel Kopke abre no verão de 2023.

Em 2020, a empresa fechou o ano com um volume de negócios de 33 milhões, menos sete do que no ano anterior. As exportações de vinho cresceram 10%, mas as vendas no mercado nacional ficaram ainda 18% abaixo do período pré-pandemia, apesar de uma recuperação no último trimestre do ano. A questão é que a faturação do turismo caiu 75%, um segmento de negócio que vale 20% da faturação da Sogevinus. “Em 2019 recebemos 400 mil turistas, claro que era óbvio que não conseguiríamos, em 2020, chegar à faturação do ano anterior”, diz Sérgio Caminal.

Em contrapartida, este ano, a faturação cresceu mais de 20% no primeiro semestre, graças a uma recuperação de 21% nas vendas de vinho no mercado interno e de 34% nas exportações. “Somos a empresa que, percentualmente, mais cresceu na exportação nos últimos dois anos. E, em Portugal, somos líderes de mercado, quando há três anos estávamos seis pontos abaixo do líder. As perspetivas são muito positivas”, frisa Sérgio Caminal, garantindo que esta liderança foi conquistada com investimentos em comunicação e publicidade, e no lançamento de novas referências, designadamente da marca Velhotes, e não com qualquer guerra de preços. “Basta olhar para os dados da Nielsen e vemos que os nossos preços se mantiveram estáveis nos últimos dois anos”, sustenta.

A grande aposta é no enoturismo. Concluída a adega boutique de São Luiz, na propriedade com o mesmo nome, em Tabuaço, e que se destina exclusivamente à vinificação dos vinhos DOC Douro, vai agora arrancar a reconstrução da Casa de S. Luiz para a transformar numa guest house, com 11 quartos. O investimento é de 1,3 milhões e o objetivo é que esteja concluído no princípio de junho do próximo ano, “o mais tardar”. Também em São Martinho de Anta, onde a empresa terminou recentemente um investimento de 2,5 milhões na reabilitação do centro de vinificação de vinho do Porto, a intenção é, um dia, construir outra guest house. “Mais do que um projeto é um sonho. Há de acontecer, não sabemos quando, a prioridade agora é o hotel em Vila Nova de Gaia e acabar o investimento na Quinta de S. Luiz”, explica este responsável.

Quanto ao hotel, uma unidade de luxo com 150 quartos nas antigas instalações da Burmester e cuja abertura estava inicialmente prevista para o segundo semestre de 2021, foi no ano passado adiado para o segundo semestre de 2022, por causa da pandemia. E agora sofre novo reagendamento, para o segundo semestre de 2023. “Houve um certo atraso com a pandemia, que não foi planeado, mas deu-nos jeito. A nossa ambição é estarmos abertos no final de junho de 2023”, diz Sérgio Caminal.

Mas, em vez dos 30 milhões de euros previstos para este projeto, a Sogevinus vai ter de desembolsar 36 milhões. “O aumento dos custos das matérias-primas tem-nos impactado bastante e obrigou a refazer o plano de negócios à luz dos novos pressupostos. Esperemos que não haja mais atrasos e que possa estar operacional no início do verão em 2023”, sublinha.