Partilhareste artigo
Todas as empresas atravessam tempos difíceis. A pandemia gerou uma crise à escala planetária, obrigando à atuação tanto dos governos, como de bancos centrais. Em termos de política monetária, uma das armas que as autoridades monetárias têm ao seu dispôr são as taxas de juro. Atualmente, tanto o Banco Central Europeu (BCE), como a Reserva Federal norte-americana (Fed) têm aplicado taxas diretoras baixas, procurando assim ajudar as economias.
Para os bancos ao nível mundial, contudo, as baixas taxas de juro são um desafio ao nível do crescimento. Jan Bellens, EY Global Banking & Capital Markets Sector Leaders, defendeu durante a sua intervenção na Money Conference que “há vários desafios para o sistema financeiro, nomeadamente devido às baixas taxas de juro, mas também pelo facto de estarem constantemente a serem desafiados por novos players que entram no mercado e que tenham ganhar quota de mercado”. Por isso, não tem dúvidas que para as instituições bancárias “vai ser fundamental” encontrar “novas formas de obter” rentabilidade. “Para isso, é preciso um maior foco e maior entendimento dos clientes, algo que será proporcionado pelos dados, que é algo em que os bancos já estão a trabalhar”.
Apetite por talento
As mudanças na banca já vinham a acontecer antes da pandemia de covid-19. A pressão que as fintech (empresas tecnológicas que operam na área financeira) estavam a exercer sobre os players tradicionais era já grande, obrigando assim a banca a transformar-se para poder concorrer. A chegada da pandemia veio exigir velocidade a essas mudanças, defendeu Jan Bellens.
O teletrabalho, uma das transformações laborais mais visíveis dos últimos meses, exigem uma maior “resiliência e agilidade” ao setor financeiro. Mas não só: “uma das principais mudanças exigidas é no talento e na força de trabalho”.
Subscrever newsletter
Com as instituições bancárias a terem de acelerar as suas mudanças, a necessidade por especialistas em áreas tecnológicas cresce também.
Por um lado, e de forma a garantir a segurança dos clientes e das infraestruturas internas, sujeitas a potenciais ataques de piratas informáticos, os bancos precisam crescentemente de talento na área da cibersegurança.
E, por outro, a concorrência tradicional e os novos players no mercado exigem que os bancos conheçam bem os seus clientes e também os potenciais clientes, o que determina um reforço na área da segurança e análise de informação. “O talento é fundamental para os bancos. Há uma grande necessidade de talento na área da cibersegurança e especialistas em segurança de informação”, diz ainda. “Os bancos estão a transformar-se” e “têm consciência que esse talento é escasso. Por isso desenvolvem programas de capacitação do talento interno”.
Deixe um comentário