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A mulher que denunciou alegadas más práticas do Facebook, entregando informação interna da empresa liderada por Mark Zuckerberg ao jornal diário Wall Street Journal, vai ser ouvida esta terça-feira no congresso norte-americano.
A denunciante, que era gestora de produto na empresa liderada por Mark Zuckerberg, revelou a sua identidade numa entrevista ao programa “60 Minutes” da CBS, no passado domingo.
O programa teve acesso à queixa que os advogados de Frances Haugen entregaram ao regulador da bolsa norte-americana (SEC), em que se alega que o Facebook enganou os investidores quanto à dimensão da sua audiência e escondeu o declínio nos utilizadores com menos de 23 anos. Uma estimativa interna, aponta a queixa, prevê que o menor envolvimento dos adolescentes nos EUA pode reduzir o número de utilizadores diários da rede social até 45% entre 2021 e 2023.
Na declaração que preparou para o senado, Frances Haugen vai dizer, segundo a agência Bloomberg, que o “Facebook tornou-se uma empresa de um trilião de dólares pagando os seus lucros com a nossa segurança e das nossa crianças”. “Cheguei-me à frente porque percebi uma verdade assustadora: quase ninguém fora do Facebook sabe o que se passa no interior do Facebook. A liderança da empresa retém informação vital do público, do governo dos EUA, dos seus acionistas e dos governos à volta do mundo”, acrescentará ainda.
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Haugen deverá apresentar ao Senado documentos que alegadamente mostram que o Facebook tem estudos que provam os efeitos nocivos da sua atividade, nomeadamente para a saúde mental dos utilizadores mais novos, e que mesmo assim optou por dar prioridade ao lucro.
O senador do Connecticut, Richard Blumenthal, disse, numa declaração, e citado pela Bloomberg, que “as ações do Facebook tornam claro que não podemos confiar nela [Facebook] para se autoregular”. “Temos de considerar uma supervisão mais forte, medidas efetivas de proteção para as crianças e ferramentas para os pais, entre as reformas necessárias”.
Frances Haugen é ouvida um dia depois do apagão do Facebook que impediu os utilizadores do FB, Instagram e WhatsApp de usarem a rede social.
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