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A Farfetch apresentou prejuízos de 536,96 milhões de dólares (455,4 milhões de euros) no terceiro trimestre. A plataforma tecnológica de moda de luxo agravou as perdas em comparação com período homólogo de 2019 (90,48 milhões de dólares), segundo a apresentação divulgada ao mercado nesta quinta-feira.
Só que a empresa de José Neves viu as suas receitas aumentarem em 71% para 437,7 milhões de dólares, assim como melhorou a margem operacional (de -35,6 para -10,3 milhões de dólares) e de receita líquida (de 45,1% para 47,8%).
Por causa desta combinação de fatores, as ações da Farfetch estão a subir mais de 13% após o fecho da sessão na Bolsa de Nova Iorque.
A Farfetch assinala que o preço médio por compra baixou dos 582 para os 574 dólares, “devido ao aumento do peso de categorias com preços mais baixos – tendência que se tem verificado desde o início das restrições da covid-19 – e do menor número de unidades” por aquisição. Mas houve mais vendas sem descontos, o que contribuiu para a plataforma melhorar a sua margem de receita.
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O terceiro trimestre também ficou marcado por um aumento de 56,3% das despesas gerais e administrativas, para 356 milhões de dólares. Os custos com o programa de atribuição de ações passaram de 31,76 para 81,84 milhões de dólares – não esquecer que as ações da Farfetch passaram dos 17 para os 25 dólares entre o início de julho e o final de setembro.
O forte crescimento dos prejuízos deve-se, sobretudo, às perdas de 373,079 milhões de dólares com reavaliações relativas a obrigações emitidas pela empresa nos últimos anos.
Até ao final de setembro, a empresa de José Neves contava com 756,7 milhões de dólares em tesouraria, mais do dobro dos 322,4 milhões de dólares que existiam no final de 2019.
Margem positiva no último trimestre
Para o último trimestre do ano, a Farfetch conta ter margem operacional (medida pelo EBITDA) positiva pela primeira vez na sua história. A acontecer, isto pode abrir portas para um ano de 2021 de lucros operacionais, conforme ambicionado pela empresa em fevereiro, após a apresentação dos resultados de 2019.
Só que “as incertezas” relativas à evolução da covid-19 poderão trocar as voltas às metas fixadas pela empresa.
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Numa operação avaliada em 1,15 mil milhões de dólares, a Farfetch atraiu a atenção dos chineses da Alibaba, dos suíços da Richemont e dos franceses da Artémis. À conta disto, vai abrir uma nova subsidiária só para o mercado chinês, tendo mais de 750 milhões de consumidores como alvo.
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