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A Deloitte vai premiar as 50 empresas tecnológicas portuguesas de crescimento mais rápido, com base no aumento percentual de receitas nos últimos quatro anos. A distinção será feita através do ranking “Deloitte Portugal Technology Fast 50”. “Queremos contribuir para o crescimento das empresas tecnológicas em Portugal e atrair um leque variado de participantes, incluindo startups, scaleups, e empresas mais maduras que estejam a liderar a transformação tecnológica em diferentes indústrias [a partir de Portugal]”, assim justifica a iniciativa Pedro Brás da Silva, associate partner da consultora.
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As empresas tecnológicas nacionais têm até 12 de setembro para se candidatarem ao ranking. “O Fast 50 faz parte da série Fast, uma marca global da Deloitte, reconhecida pela comunidade [tecnológica] em várias geografias, o que torna este programa um veículo de promoção importante para estas empresas continuarem a atrair talento, investidores, clientes e parceiros”, prossegue o consultor.
Para Brás da Silva, a lista dedicado ao ecossistema português será um reflexo “de boas práticas, empreendedorismo e investimento feito nestas áreas em Portugal”, o que pode também ser encarado como “um caminho” para “fomentar a colaboração entre as empresas portuguesas inovadoras”.
Este gestor, responsável pelo lançamento do “Deloitte Portugal Technology Fast 50”, considera que “a tecnologia é um fator fundamental para o progresso”, de um ponto de vista estritamente económico. “É a alavanca para produzirmos bens e prestarmos serviços cada vez melhores e cada vez em maior quantidade”, nota. Por isso, realça que a “aposta em empresas com forte diferenciação tecnológica” e posicionamento de Portugal enquanto ” centro de inovação são fundamentais” para acompanhar “o ritmo de desenvolvimento das economias mais competitivas”.
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A questão é: que setor irá este ranking revelar, tem Portugal as condições necessárias para estas empresas? Pedro Brás da Silva responde: “Genericamente, Portugal tem dado atenção à inovação e ao ecossistema empreendedor”. E tem “registado progressos relevantes”, segundo este consultor, na qualidade dos recursos humanos disponíveis, no acesso a financiamento e a infraestruturas de qualidade, bem como em matéria de fiscalidade e regulação. Todavia, há outros países que também evoluíram “significativamente e que estão a “beneficiar de fatores estruturais das suas economias que os colocam à nossa frente”.
“Se olharmos para os resultados do Painel Europeu da Inovação 2023, Portugal surge em 18ºº lugar e, ainda que o nosso desempenho nos indicadores que constituem esse ranking venha a melhorar, também houve 16 países na União Europeia em que esses indicadores melhoraram mais do que em Portugal, desde 2016”, argumenta.
Será por este motivo que, para Brás da Silva, Portugal não pode perder de vista dois fatores: melhorar a capacidade de reter talento, ao mesmo tempo que não deve fechar portas aos fundos de capital de risco – será aí que o setor tecnológico vai buscar grande parte do financiamento necessário.
“É fundamental melhorar a retenção do talento. O apoio governamental e municipal à investigação e desenvolvimento [I&D] aumentou significativamente, e bem precisamos, pois temos margem de melhoria a nível de investimento em I&D, criação de propriedade intelectual e nas exportações de bens e serviços com alta intensidade tecnológica e conhecimento”, afirma.
Por outro lado, e apesar da contexto macroeconómico global, “foram acumulados fundos significativos de venture capital em Portugal, os quais estarão disponíveis para investir nos próximos anos”. “[Eles] serão importantes para que as nossas startups e scaleups possam captar uma fatia maior dos investimentos na União Europeia. Nesse campo, a mentalidade empreendedora dos portugueses também joga a nosso favor”, considera.
O gestor destaca a “notória evolução” do setor tecnológico nacional, nos últimos 15 anos, desde a melhoria na formação ao equilíbrio financeiro das tecnológicas lusas. “Portugal tem conseguido alguma reputação nesta área”, diz, salientando a existência de sete unicórnios portugueses (startups avaliadas em mais de mil milhões de dólares), alguns “em áreas complexas”.
“Mas devemos ser ambiciosos e, simultaneamente, cientes de que muitos países têm feito apostas semelhantes. Para responder às necessidades e desafios do mercado, teremos de estar entre os mais inovadores e competitivos, gerar emprego qualificado, atrair talento e investimento para o país”, defende, notando que o novo ranking da Deloitte quer contribuir para o crescimento deste setor em Portugal.
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