No total, são 30 os líderes europeus na área da tecnologia – incluindo os líderes de empresas europeias como a iZettle, a TransferWise e a Delivery Hero – que decidiram enviar uma carta aos responsáveis do Velho Continente onde alertam para o facto de os funcionários de startups terem uma percentagem muito pequena das empresas em que trabalham devido a “regras inconsistentes e muitas vezes punitivas” e que acabam por limitar as “stock options”, avança o Financial Times (FT).
Muitas vezes as startups usam as “stock options” – opções sobre ações (tradução livre) e que basicamente concedem o direito neste caso a funcionários de ficarem com um número de ações da empresa, a um preço pré-acordado e que é vigente durante um determinado período de tempo – para captar talento para as suas empresa. E essa é precisamente a questão fundamental apontada pelos líderes tecnológicos.
Na missiva que vai ser enviada no princípio do próximo ano a vários responsáveis europeus espalhados pelo continente, os empreendedores vão deixar claro que, na sua opinião, as regras atuais relativas às participações dos funcionários “são frequentemente arcaicas e altamente ineficazes” e podem levar a uma “fuga de cérebros por parte dos melhores e mais inteligentes”.
Os dados da capital de risco Index Ventures, citados pelo FT, mostram que na Europa os funcionários podem ter apenas cerca de 10% – o que compara com os 20% nos EUA – devido aos impostos e outras regras que têm de fazer face.
Há muito que os empreendedores europeus alertam para o facto de ser difícil convencer os funcionários a trocar as grandes empresas por uma startup devido às condições existentes. “Isto não é apenas uma regalia com o salário: universalmente, as ‘stock options’ recompensarão os trabalhadores por assumirem o risco de se juntarem a um negócio jovem e não comprovado, e dá-lhes uma parte real do sucesso futuro da empresa”, vai indicar a carta. “As ‘stock options’ são uma das principais alavancas que as startups usam para recrutar o talento que precisam; estas empresas simplesmente não conseguem suportar terem de pagar salários mais elevados que as companhias já estabelecidas”.
Dominic Jacquesson, director da Index Ventures, considera que as diferenças entre países na Europa faz com que seja menos provável que os funcionários tenham menos tendência a relocalizar. “Para criar histórias de sucesso pan-europeias, as empresas precisam de começar numa país mas têm de expandir e lançar em outros países, e fazem isso contratando”, disse citado pelo jornal britânico.
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