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Está no mercado nacional há três décadas e continua a ser uma das marcas queridas dos portugueses.
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A italiana Ferrero Rocher – que se orgulha de ser uma das grandes empresas mundiais de produtos de chocolate – está presente em 170 países e tem uma faturação global superior a 12,5 mil milhões de euros. Portugal contribuiu com 62 milhões de euros (dados de setembro de 2020 a agosto de 2021), tendo a Ferrero Ibérica, que compreende o mercado português e espanhol, faturado 272 milhões de euros. Um crescimento de 5% relativamente ao ano anterior.
“Acreditamos que os números do fecho de agosto são dados incrementais com performances positivas, a nível ibérico e muito positivas em Portugal”, orgulha-se o diretor de Comunicação Corporativa e Relações Institucionais do Grupo Ferrero, Franco Martino.
“Normalmente, em Portugal, diz-se que o Natal começa quando a Ferrero começa a montar os seus expositores nas lojas”, refere em entrevista ao Dinheiro Vivo, explicando que, por terras lusas, a empresa emprega 30 pessoas. Globalmente, conta com mais de 43 mil colaboradores.
Com 2022 quase a terminar em cenário de crise e com as previsões para 2023 a indicar que será um ano de incerteza económica – devido à guerra na Ucrânia e à inflação subsequente, – Franco Martino mantém o otimismo. “Uma lição que aprendi nestes anos é que há que manter a calma porque, geralmente, estas situações são cíclicas”.
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O responsável não deixa, no entanto, de referir que estamos a passar por uma situação complicada. “A guerra é a principal causa da inflação e não há qualquer previsão de quando poderá terminar. A Ferrero está a viver o encarecimento das matérias-primas e a carência de disponibilidade das mesmas”, declara.
Apesar de tudo, a empresa está empenhada em reduzir ao máximo as subidas de preços dos seus produtos. “Isto consegue-se através de otimização. Revimos o nosso processo empresarial, otimizámos as cadeias de custo até ao detalhe que possa impactar o preço final dos nossos produtos”, explica, ressalvando que o aumento do preço da energia é outra das componentes que afeta muito o nível de preços.
A solução é, para Franco Martino, trabalhar sempre com os olhos postos no futuro, com vista ao crescimento e a uma constante melhoria. “É uma filosofia que temos na Ferrero. Apesar da situação económica mundial, procuramos inovar constantemente”.
E detalha que a empresa tem, nos últimos anos, entrado e conseguido uma presença relevante em novos mercados, como o das bolachas e gelados, com a aquisição de uma fábrica em Espanha.
“Isso significa ter esperança no futuro e num futuro que será melhor. Temos a obrigação de criar emprego, criar valor para todos os nossos colaboradores e clientes, estamos neste caminho. Estou convencido que 2023, em termos económicos, será um ano melhor do que 2022”, reforça.
Proteger o ambiente
A proteção ambiental e a procura pela sustentabilidade são preocupações da marca. Franco Martino explica que a Ferrero Rocher é uma das promotoras da Declaração de Amesterdão (compromisso para a erradicação da desflorestação resultante de cadeias de produtos de base agrícolas com ligações a países europeus) e que participa na criação de instituições para tornar possível a transformação da cadeia de abastecimento de todo o setor.
A intenção é passar dos compromissos políticos a ações e resultados reais. “Trabalhamos em conjunto com organizações não governamentais para que possamos incorporar representantes da sociedade civil e isso é um ponto que pode garantir a transparência da atividade”, frisa.
Embora não se possa mudar um século e meio de cultura industrial em meia dúzia de anos, Franco Martino espanta-se com os resultados já conseguidos.
“Tenho quase 40 anos de trabalho na indústria e nos últimos três ou quatro anos, a velocidade a que se assumiu esta mudança é incrível”, louva, dizendo ainda estar convencido de que, em pouco tempo, existirá uma transformação real do sistema. “Espero que haja uma consciência global e coletiva que possa assumir isso como compromisso real. E só com este tipo de atitude que conseguimos contribuir para mudar as coisas”.
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