//Fim do 3G? Rede móvel 3G ainda serve 820 mil consumidores

Fim do 3G? Rede móvel 3G ainda serve 820 mil consumidores

A Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) está atenta à tendência nacional e internacional dos operadores de telecomunicações em descontinuar as redes móveis anteriores ao 4G e 5G, mas ainda não tomou qualquer posição sobre o assunto nem prevê fazê-lo no curto prazo. No entanto, perante a disponibilidade da Altice, NOS e Vodafone em descontinuar a rede 3G, e talvez o 2G, o regulador alerta que tal não pode afetar a qualidade dos serviços móveis de cerca de 820 mil utilizadores do 3G.

As telecom portuguesas admitem acabar com a rede móvel 3G por uma questão de otimização dos serviços e do negócio telco, tendo em conta a massificação do acesso à rede 4G e avanços no 5G, mas ainda não têm qualquer calendário definido.

“A Anacom irá necessariamente acompanhar este assunto e as decisões que os operadores irão adotar a esse respeito”, garantiu fonte oficial do regulador ao Dinheiro Vivo, notando que quaisquer medidas da Altice, NOS e Vodafone “terão de ser compatíveis e coerentes com todas as obrigações regulamentares e legais a que esses operadores estão sujeitos”.

No último ano, a taxa de penetração do serviço móvel em Portugal ascendia 125,7 por 100 habitantes, sendo que mais de nove milhões de pessoas recorriam às redes móveis (3G, 4G ou 5G) para aceder à internet. “Os utilizadores de Internet em banda larga móvel através de 4G totalizaram 8,3 milhões em 2021, o que representa cerca de 91% dos utilizadores do serviço. Os restantes 9% são utilizadores de redes 3G [cerca de 820 mil utilizadores]”, revela a mesma fonte.

Quanto ao tráfego de dados, “estima-se que 68% seja relativo à rede 4G e os restantes à rede 3G”. Quanto ao 5G ainda não há dados regulatórios oficiais, uma vez que a rede só ficou disponível recentemente.

Tendo em conta que quase um milhão de pessoas ainda recorre à rede 3G, o regulador espera que as decisões dos operadores portugueses “correspondam a uma utilização mais eficiente dos recursos que estão ao dispor desses operadores, sem que afetem a qualidade dos serviços prestados”.