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É da FORteams Lab que saem os cachecóis usados pelos adeptos de praticamente todos os grandes clubes europeus, como Barcelona, Real Madrid, Bayern de Munique, Liverpool, Manchester United, ou Porto, Sporting e Benfica, sendo que, no caso deste último, a empresa têxtil de Vizela é produtora e distribuidora do merchandising do clube. Esteve presente “em todos os mundiais e europeus passados” e foi parceira exclusiva na produção de cachecóis para os Campeonatos do Brasil e da Rússia. Para o Qatar está ainda em negociações, mas já sabe que vai fornecer, pelo menos, os cachecóis das seleções alemã, francesa, espanhola e, eventualmente, a portuguesa. Mas a FORteams tem novos projetos, designadamente na área do vestuário e da sustentabilidade.
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Tudo começou com a pandemia. Com o futebol e outros desportos parados, a empresa viu a sua faturação “reduzida a zero” de um momento para o outro e teve necessidade de se reinventar. Até porque dá empresa a cerca de 100 pessoas. A solução foi produzir máscaras sociais, o que obrigou à aquisição de máquinas de costura para o efeito. E a aposta foi tão acertada que 2020 acabou por ser “o melhor ano de sempre” da empresa, com uma faturação de sete milhões de euros, 2,4 milhões acima do ano anterior. Em 2021, com o fim das máscaras, regressou aos 4,4 milhões, mas o objetivo é fechar 2022 com cinco milhões, um milhão a mais para o ano e chegar aos sete milhões em 2024. Sendo que o objetivo é que, nessa altura, o vestuário, que hoje vale 30% das vendas, ocupe já 70%.
“É um plano ambicioso, mas estou convencido que o loungewear (o chamado vestuário de conforto) é a área que mais vai crescer. Nunca me imaginava a fazer um fato de banho de senhora, mas dançamos o tango que nos puserem a tocar”, diz Pedro Santos, CEO da empresa. Em termos de equipamentos desportivos, a empresa tem-se focado nos clubes pequenos, com grande aposta na formação, o que permite o efeito multiplicador de servir os vários escalões. “Os grandes clubes são equipados por marcas como a Adidas, Nike, Puma ou Kapa, e nós não estamos nem queremos estar nesse negócio. Iríamos ficar dependentes dele e os preços praticados são muito muito baixos”, garante Pedro Santos.
Também com a pandemia surgiu a grande aposta na sustentabilidade, com a criação de um departamento para esta área. Para já, a empresa faz a recolha dos seus resíduos e subcontrata fora a sua transformação em novos fios, reciclados, para reentrarem na cadeia produtiva, mas o objetivo é, no futuro, assegurar essa mesma reciclagem dentro de portas, com a criação de uma unidade específica para isso.
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“Queremos ser uma empresa totalmente circular. Temos cerca de 400 quilos de desperdício que geramos diariamente nas nossas atividades de tricotagem, tecelagem e bordados, e que queremos reaproveitar no processo produtivo. Mas acreditamos que este projeto será escalável quando conseguirmos convencer os clientes a devolverem-nos tudo o que não vendem para voltar a integrar a cadeia”, refere Pedro Santos. O objetivo final é que a FORteams seja carbon free, ou seja, que atinja a neutralidade carbónica, em 2030. “Estamos já a medir a nossa pegada ambiental para criarmos metas anuais a cumprir”, explica.
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