O governo francês quer fundir a Renault e a Nissan Motor. Segundo avança o jornal financeiro Nikkei, a intenção foi expressa por Martin Vial, conselheiro da Renault, a altos quadros japoneses. A Nissan Motor tem resistido à pressão para se fundir com a Renault, porque, entre outras razões, Paris passaria a ter maior controlo sob a fabricante japonesa.
O Estado francês é o maior acionista do Grupo Renault, com 15,01% das ações. A Renault é também a maior acionista da Nissan Motor, com uma participação de 43,4%. Por seu turno, a Nissan tem 15% da Renault, mas não tem direitos de voto na empresa francesa, embora os tenha no Japão.
As negociações em Tóquio do conselheiro da Renault acontecem pouco depois da prisão do ex-presidente da Nissan Motor e da Renault, Carlos Ghosn. Acusado de violar a confiança da empresa e usar os recursos da corporação para cobrir perdas pessoais nos mercados financeiros, Carlos Ghosn foi demitido como presidente da Nissan a 23 de novembro, quatro dias depois da prisão, e posteriormente foi suspenso das funções de presidente da Renault por incapacidade de cumpri-las.
A detenção provocou forte atrito entre a Renault e a Nissan, embora as duas empresas tenham expressado publicamente a intenção de manter a aliança de duas décadas e da qual Ghosn foi um dos principais arquitetos, diz a imprensa japonesa.
A delegação da Renault, que visitou há poucos dias o Japão, também expressou o desejo de ser a empresa francesa a designar o próximo presidente da Nissan Motor. O processo para a nomeação do presidente da Nissan foi adiado porque a administração da fabricante japonesa quer rever os critérios sobre governança. Desde que Carlos Ghosn foi preso, o CEO da empresa e agora a figura mais visível da Nissan, Hiroto Saikawa, queixou-se da “concentração de poder” nas suas mãos, quando presidiu a Nissan, a Renault e a Mitsubishi.
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