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A antiga funcionária da Facebook Frances Haugen, reconhecida como ‘Facebook Whistleblower’ (denunciante, em língua portuguesa) por divulgar contradições insanáveis do Facebook no combate à desinformação, nunca pensou em revelar a identidade, mas assumindo-se satisfeita por ter tido “a oportunidade de expor tudo”, esteve na Web Summit esta segunda-feira, onde considerou que o problema da rede social mais famosa do mundo não é errar, mas insistir no erro.
“Há um padrão de comportamentos [na gestão da rede social Facebook] que afeta a nossa segurança”, afirmou Frances Haugen, a personalidade mais aguardada do primeiro dia da Web Summit, sublinhando que o problema está em insistir numa forma errada de gerir conteúdos no Facebook.
A questão, segundo Haugen, é que a Facebook “criou uma narrativa” simplifica a discussão dos conteúdos publicados na rede social sobre se os utilizadores “querem censura ou liberdade de expressão”. Ora, a denunciante defende que há outras “opções”. “Fazer a plataforma mais pequena e mais lenta” seria uma delas.
Frances Haugen tem fé, todavia, que a rede social se modere e alterarar a forma como “prioriza os conteúdos” que surgem nos murais dos utilizadores. Questionada sobre o que diria a Zuckerberg, Frances Haugen, afirmou que não é uma “má pessoa” por cometer erros, mas que se tornará numa “se continuar a cometê-los depois de ter conhecimento deles”.
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A denunciante defendeu que “há muitas pessoas inteligentes e conscientes na Facebook”, mas insistiu que “há um custo humano.” na forma como a rede social opera.
Qual é o problema do Facebook? Segundo Haugen, o Facebbok segmenta as pessoas em grupos até cinco milhões de membros, ao mesmo tempo que corre um algorítmo que distribui os conteúdos pelos “murais” dos utilizadores. Ora “ao priorizar” conteúdos, a rede social cria o “efeito secundário de amplificar o alcance dos conteúdos”. E o problema está aí, no caso dos conteúdos extremos.
“Pessoas e ideias más não são o problema”, realçou, contudo. “A questão é quem é que consegue ter o maior megafone [na rede social”, disse, referindo que o Facebook criou “quase que um fator viral” em determinados conteúdos, que quando alcançam um grupo considerável de utilizadores tendem a alimentar desinformação, a ajudar a criar dependência e a polarizar opiniões.
“Encontrei coisas que acredito que podem colocar a vida de milhões de pessoas em risco”, sem que haja uma “verdadeira consequência” para a rede social, afirmou, desejando criar condições, com a sua denúncia, para que as pessoas tenham acesso “à informação necessária para tomar decisões responsáveis”. “As pessoas merecem transparência”.
Frances Haugen tornou-se recentemente conhecida como a ‘Facebbok Whistleblower’ (denunciante). Outrora funcionária da empresa criada por Mark Zuckerberg, Haugen reuniu dezenas de milhares de documentos internos de avaliações e estudos da companhia para a CMVM norte-americana (a SEC). Os documentos, segundo a própria, provam que a rede social mais famosa do mundo está a mentir sobre os esforços feitos para erradicar a desinformação da rede social.
Devido às acusações feitas, Haugen já teve de prestar depoimentos no Congresso dos Estados Unidos.
Quando terminou de intervir, surgiu Paddy Cosgrave que cnsiderou “extraordinário” o feito de Haugen. Para mostrar a importância do feito, chamou a denunciante do Facebook para apertar o botão que marca o arranque da Web Summit, perante um Altice Arena lotado.
[Em Atualização]
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