//Frota totalmente elétrica subiria consumo energético em 14%

Frota totalmente elétrica subiria consumo energético em 14%

Se todos os automóveis que circulam em Portugal fossem 100% elétricos, essa mudança “implicaria um aumento de 14,2% (6665 GWh )” no consumo de eletricidade, estima a Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (APETRO), partindo das vendas totais de gasóleo rodoviário (incluindo veículos ligeiros e pesados) e gasolinas (5,5 milhões de toneladas), e considerando que os motores elétricos são, pelo menos, três vezes mais eficientes do que os de combustão interna, que hoje estão em maioria.

“Se considerarmos que o nosso parque automóvel tem uma idade considerável e uma baixa eficiência energética, e que irá ser substituído por motores elétricos modernos e muito mais eficientes, este valor poderá ainda ser superior”, disse ao Dinheiro Vivo fonte oficial da APETRO.

Do total do parque automóvel circulante, mais de cinco milhões de veículos são ligeiros de passageiros (50% a gasolina e 49% a gasóleo). Para estes, a Associação de Energias Renováveis (APREN) calcula que, se todos fossem substituídos por carros elétricos, “seria necessário produzir mais 6400 GWh de eletricidade por ano”. Ou seja, um acréscimo de 10% face ao consumo elétrico nacional, que em 2018 quase chegou aos 47 mil GWh, de acordo com a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos.

Poupança nos combustíveis fósseis

Em sentido contrário, e com as estradas nacionais com mais veículos amigos do ambiente (hoje são pouco mais de 8300 totalmente elétricos), “as importações de crude e produtos petrolíferos seriam reduzidas em 5,8 milhões de toneladas, o que representa sensivelmente uma queda de 35,4%”, garante a APETRO.

Já a APREN afirma que, “no que respeita às necessidades de importação de combustíveis fósseis, esta substituição resultaria numa poupança estimada de 1723 milhões de euros, com base nos preços (sem impostos) do gasóleo (0,641€ por litro) e da gasolina (0,608€)”.

Quanto à necessidade extra de consumo de energia elétrica por via da mobilidade verde, a APREN garante que “não será necessariamente revertida para a importação de eletricidade, uma vez que o Plano Nacional de Energia e Clima para 2030 está desenhado para dar resposta à eletrificação dos consumos, perspetivando um aumento da capacidade eletroprodutora de Portugal Continental em cerca de 9 GW, principalmente solar e eólica”.

Nos stands, o aumento das vendas de elétricos espelha a mudança em curso: só este ano já foram vendidos 5422, segundo a Associação do Comércio Automóvel de Portugal. O que significa que as vendas de ligeiros de passageiros 100% elétricos quase duplicaram nos primeiros nove meses do ano.

Um estudo da KPMG indica que o país irá evoluir para uma combinação de frota elétrica, a gasolina e híbrida até 2030, com uma poupança para os consumidores de 2,6 mil milhões de euros, sobretudo ao nível fiscal, nos combustíveis fósseis.

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