//Galp admite reduzir produção em Sines, mas garante resposta às necessidades

Galp admite reduzir produção em Sines, mas garante resposta às necessidades

A Galp ainda não conseguiu encontrar alternativa às importações da Rússia o que poderá obrigar a uma redução da produção na refinaria de Sines já em maio. Em causa está a importação de gasóleo de vácuo da Rússia, que a empresa suspendeu logo no início de março, o que obrigou à procura de alternativas. “Asseguramos as nossas necessidades para abril, maio ainda está em aberto e poderá ser necessário reduzir um pouco, na ordem dos 10 a 20%, a refinação em Sines”, explica o presidente executivo da empresa.

Andy Brown garante que tal não põe em causa os empregos em Sines nem afeta o fornecimento do mercado nacional. Quando muito, admite, poderá afetar a capacidade de exportação futura da empresa. “Estamos a trabalhar intensamente na procura de alternativas para manter a refinaria a trabalhar em pleno”, sustenta, frisando que “não há razões de preocupação para os consumidores portugueses”.

O CEO da Galp falava num encontro com jornalistas para análise à situação do mercado e à conjuntura internacional, lembrando que a crise na Ucrânia afeta o petróleo e seus derivados, mas também o gás e a eletricidade. “O mercado petrolífero está em dificuldades, devido à guerra na Ucrânia, mas também ainda pelos efeitos da pandemia, que levou a uma diminuição da capacidade de entrega de petróleo no mundo”, diz Andy Brown lembrando, ainda, que, com a transição energética, muitos têm sido os discursos políticos promovendo uma redução dos investimentos no petróleo e no gás, o que também limitou as disponibilidades de produtos para venda. A guerra na Ucrânia “veio piorar uma situação que já de si era má”, frisou, lembrando que a Rússia é um produtor produtor: produz à volta de 11 milhões de barris de petróleo ao dia e exportam cerca de sete milhões de barris/dia, entre crude e refinados.

Questionado se esta crise é boa para as empresas petrolíferas, Andy Brown garante que a volatilidade nunca é bem-vinda. “Num negócio em que investimos mil milhões de euros ao ano para mudar o nosso portefólio, a estabilidade dos mercados é muito mais valiosa para planearmos e mudarmos o nosso futuro”, frisa.