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A administração da Galp comprometeu-se esta sexta-feira a estudar alternativas para manter em funcionamento as instalações de Matosinhos, preservando postos de trabalho, disse a federação sindical das indústrias transformadoras.
“Apresentámos à administração da Galp várias alternativas para a refinaria de Matosinhos, que evitariam o despedimento dos trabalhadores, e a empresa comprometeu-se a estudá-las”, afirmou Rogério Silva, coordenador da Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Elétricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas (Fiequimetal), no final de uma reunião com responsáveis da Galp.
De acordo com o sindicalista, a empresa vai ponderar manter em Matosinhos, no Porto, a produção de matérias para a indústria farmacêutica e agroalimentar.
“Se esta produção não for assegurada em Matosinhos, os produtos terão de ser importados, representando um prejuízo para o país”, considerou o coordenador da Fiequimetal e membro da Comissão Executiva da CGTP.
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A Fiequimetal defendeu também junto da Galp a continuidade da central de cogeração, que faz aproveitamento de energia térmica, como forma de produção de energia para colocar na rede de abastecimento.
Segundo Rogério Silva, as alternativas colocadas pela Fiequimetal permitiriam absorver a maioria dos trabalhadores da refinaria de Matosinhos, dado que alguns deles estão perto da idade de reforma e estão disponíveis para sair.
“Não compreendemos por que é que a refinaria tem de encerrar já, também temos preocupações ambientais, mas consideramos que a transição tem de ser planeada, como estão a fazer outros países da União Europeia”, disse.
Ficou combinada nova reunião para meados de junho.
A Galp anunciou no início do mês que iria avançar com um despedimento coletivo de cerca de 150 trabalhadores da refinaria de Matosinhos, depois de ter acordado rescisões com 40% dos cerca de 400 funcionários.
As operações de refinação foram encerradas no mês de abril, tendo a petrolífera justificado a decisão de encerramento da refinaria de Matosinhos, no Porto, com base numa avaliação do contexto europeu e mundial da refinação, bem como nos desafios de sustentabilidade, a que se juntaram as características das instalações.
Está previsto que mais de 100 trabalhadores continuarão a sua atividade, quer no parque logístico de Matosinhos, que manterá as suas funções de abastecimento ao mercado de combustíveis do Norte do país, quer por via da mobilidade interna para as áreas das renováveis, inovação, novos negócios e também para a refinaria de Sines.
Cerca de 30% do total dos trabalhadores da refinaria de Matosinhos irão manter-se, pelo menos, até janeiro de 2024, no âmbito das operações de desmantelamento e descontinuação.
A Galp decidiu concentrar as suas operações de refinação e desenvolvimentos futuros no complexo de Sines e descontinuar a refinação em Matosinhos e, na sequência dessa decisão, anunciou em dezembro de 2020 que “continuará a abastecer o mercado regional mantendo a operação das principais instalações de importação, armazenamento e expedição de produtos existentes em Matosinhos”.
O Estado é um dos acionistas da Galp, com uma participação de 7%, através da Parpública.
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