//Galp quer pôr carros elétricos a injetar energia na rede

Galp quer pôr carros elétricos a injetar energia na rede

A Galp está a desenvolver uma tecnologia que permite que os veículos elétricos injetem eletricidade na rede elétrica gerando poupanças que podem chegar às centenas de euros na conta da luz. O projeto-piloto está a decorrer nos Açores há um ano, mas tendo em conta os resultados “positivos” que a empresa está a alcançar, a ideia é expandir os testes para Portugal Continental ainda este ano, adiantou ao Dinheiro Vivo Rui Manuel Vieira, responsável pela área de mobilidade elétrica na Galp.

A tecnologia que está a ser desenvolvida chama-se Vehicle-to-Grid (V2G) e, na prática, permite que os carros elétricos deixem de ser apenas consumidores de eletricidade e possam também fornecer energia à rede elétrica. Desenvolvido em parceria com a Nissan, a Eletricidade dos Açores (EDA), a Nuvve (plataforma de gestão dos carregamentos e integração com a rede), a Magnum Cap (fornecedor dos carregadores bidirecionais), a Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) e o governo dos Açores, através da Direção Regional de Energia dos Açores, o projeto-piloto atualmente em curso na ilha de São Miguel é o primeiro a ocorrer em Portugal.

O projeto arrancou em março de 2020, “precisamente no início da pandemia”, comentou Pedro Gouveia, gestor do projeto V2G Açores. Apesar deste imprevisto, a Galp e os parceiros não baixaram os braços e continuaram no terreno para testar se a tecnologia era “segura” e “perceber a poupança tarifária que este sistema poderia trazer”, acrescentou. Mesmo estando ainda a decorrer a fase de testes, o responsável não tem dúvidas de que os dados que têm em mãos mostram que é uma solução com futuro.

No entanto, ainda não pode ser comercializada uma vez que existe um vazio regulatório em relação à venda de energia à rede a partir de carros. Razão pela qual a ERSE está a acompanhar de perto o projeto, para poder ser criado um enquadramento legal.

Para ajudar a alterar este cenário, a Galp vai também entregar até setembro uma proposta de linhas regulatórias ao regulador tendo em conta os resultados dos testes, desenvolvida em conjunto com o INESC TEC – Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência.

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