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A maioria dos gestores de topo da OpenAI que permanecem nos cargos depois do despedimento surpresa de Sam Altman exigiram hoje a demissão do conselho de administração, segundo uma carta publicada por vários meios de comunicação americanos.
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Símbolo de inteligência artificial generativa desde o lançamento do ChatGPT, há um ano, a OpenAI está em crise desde que na sexta-feira o conselho de administração despediu Sam Altman, no que parece ser uma luta interna pelo poder que apanhou de surpresa Silicon Valley (o principal ecossistema de tecnologia dos Estados Unidos), onde Altman é visto como um prodígio.
Em comunicado, a administração disse que Altman “não foi consistentemente honesto nas suas comunicações”, o que afetou a sua capacidade “de exercer as suas responsabilidades”, pelo que “não confia mais na sua capacidade de continuar a liderar a OpenAI”.
Os executivos de topo que hoje assinam a carta dizem que, se o conselho de administração não se demitir, serão eles quem sairá da empresa.
Acionista minoritária da OpenAI, a Microsoft anunciou hoje que recrutou Sam Altman, assim como Greg Brockman, que se tinha demitido da OpenAI quando soube do despedimento de Altman.
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De acordo com vários meios de comunicação, cerca de 500 dos 770 funcionários da OpenAI ameaçam deixar o grupo se os administradores se recusarem a renunciar aos seus mandatos.
“A vossa conduta demonstrou que não têm as competências para supervisionar a OpenAI”, escreveram gestores da empresa na carta, incluindo Brad Lightcap e Mira Murati.
Surpreendentemente, Ilya Sutskever, responsável científico e que também é membro do conselho de administração, assina a carta. É que, além disso, vários meios de comunicação norte-americanos noticiaram que este administrador teve um papel fundamental na demissão de Sam Altman.
Na carta, os executivos também criticam os administradores por terem substituído Sam Altman por Mira Murati para presidente (interina) e poucas horas depois terem voltado a tomar nova decisão e escolhido Emmett Shear.
Altman, de 38 anos, é considerado um visionário da inteligência artificial generativa (tecnologia que cria conversas, textos, áudios, músicas, vídeo).
Tem-se posicionado politicamente. Qualificou Donald Trump uma “ameaça à segurança nacional” dos Estados Unidos e em 2016 criou uma aplicação para incitar os jovens a votar. Em 2019, organizou uma angariação de fundos a favor do candidato democrata Andrew Yand, que propõe um rendimento básico universal que compense a perda de empregos devido à tecnologia.
“Não é complicado. Precisamos de tecnologia para criar mais riqueza e de uma política que a distribua equitativamente”, escreveu Sam Altman no seu blog.
Considerou também, em 2021, que o progresso tecnológico dos próximos cem anos “será muito maior do que qualquer coisa alcançada desde que dominámos o fogo e inventámos a roda”.
Na semana passada, participou na Cimeira da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC), em São Francisco, e disse que a inteligência artificial será maior do que “qualquer uma das grandes revoluções tecnológicas” registadas até agora, mas também reconheceu a necessidade de se proteger a humanidade da ameaça futura da inteligência artificial.
Especialistas em computação consideram que isso é uma maneira de desviar as atenções dos problemas que a inteligência artificial já traz na atualidade.
O Governo americano está particularmente preocupado com o papel que a inteligência artificial generativa desempenhará durante a campanha eleitoral de 2024. A tecnologia facilita a criação de montagens hiperrealistas (‘deepfake’) e conteúdos falsos e, portanto, facilita as campanhas de desinformação.
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