À terceira não foi de vez. Esta sexta-feira, 29 de março, os deputados britânicos voltaram a rejeitar o acordo alcançado entre Londres e Bruxelas para a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), ultrapassando a data estipulada pelos britânicos para o divórcio, uma vez que acionaram o Artigo 50 do Tratado de Lisboa a 29 de março de 2017 e determinaram que o Brexit seria precisamente dois anos depois.
Perante este cenário, o Goldman Sachs considera que um processo de Brexit mais prolongado e mais brando é agora mais provável. O Reino Unido tem até 12 de abril para dizer à União Europeia o que quer fazer de seguida, podendo cancelar o divórcio, pedir um adiamento mais longo ou sair do bloco europeu sem acordo. Na segunda-feira, 1 de abril, o parlamento britânico vota uma série de alternativas para tentar encontrar um novo plano.
O banco de investimento norte-americano, citado pela Bloomberg, defende que, apesar de ainda haver tempo para Londres e Bruxelas negociarem um acordo de saída até 12 de abril, o período de tempo necessário para a retificação do pacto abre a porta a uma extensão do Artigo 50 de mais de um ano, em vez de um adiamento curto de três meses.
Numa nota enviada aos clientes, o analista Adrian Paul alerta inclusivamente que: “quanto maior a extensão, na nossa perspetiva, maior a probabilidade de não existir Brexit”.
“Vemos também uma grande probabilidade de que a decisão de 2016 [o referendo que levou a uma vitória dos partidários da saída do Reino Unido da UE] seja revertida – tanto através de um segundo referendo como através de uma revogação unilateral por parte do Reino Unido do Artigo 50”. O analista indicou ainda que a probabilidade de “não haver Brexit” aumentou de 35% para 40%.
Ainda assim, as probabilidades de um acordo de saída alterado (face ao que foi chumbado três vezes do acordo de saída) aprovado pelos deputados continua a ser o cenário mais forte, embora a probabilidade do mesmo tenha caído de 50% para 45%.
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