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A catadupa de anúncios publicitários que surgem à medida que se navega pela internet é uma dor de cabeça há sinalizada pelos utilizadores. Ora, no caso de quem anda pela internet a partir dos serviços da Google e com o objetivo de dar algum controlo sobre a publicidade que surge, a tecnológica criou uma funcionalidade que procurará tornar a experiência do utilizador com spots publicitários meno negativa.
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O My Ads Center (O Meu Centro de Anúncios, em português) foi anunciado em maio, mas só a partir desta quinta-feira começa, gradualmente, a ser disponibilizada aos utilizadores da Google. A nova funcionalidade permitirá, de acordo com a Google, aos utilizadores do motor de busca e outros serviços da gigante norte-americana “controlarem o tipo de anúncios que veem na Pesquisa, YouTube e Discover”, além de permitir “bloquear anúncios sensíveis e saber mais sobre os dados utilizados para personalizar a sua experiência com os anúncios”.
Segundo o briefing da Google à comunicação social, a que o DInheiro Vivo assistiu, a nova funcionalidade assenta em três permissas: mais controlos para as atividades usadas para personalização de anúncios; alargar o controlo do utilizador para categorias sensíveis; e páginas dos anunciantes.
Comecemos pela primeira. Utilizando O Meu Centro de Anúncios, a Google afiança que o utilizador vai poder “decidir quais os tipos de atividade que são usados para fazer com que os produtos da Google funcionem para si, independentemente dos anúncios exibidos”. Até aqui, por exemplo, o histórico de pesquisas do Youtube era usado para “informar como os anúncios eram personalizados”. Agora, se o utilizador não quiser, o histórico de pesquisa do Youtube poderá ser “desativado” para a personalização de anúncios, “sem afetar as recomendações relevantes no feed“.
Outra novidade é que, a partir de agora, o utilizador poderá “escolher e ajustar” – ou “desativá-las por completo”, se preferir – que categorias de conteúdos pesquisados podem influenciar os anúncios que surgem. A categorização dos conteúdos pesquisados é uma prática antiga, sendo uma das formas que existem para semgmentar anúncios.
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Por exemplo, pode não querer anúncios de determinados tópicos sensíveis, como bebidas alcoólicas, sites e aplicações de encontros e relações amorosas ou apostas online. Esta ferramenta permite bloquear esse tipode anúncios.
Para já são estas as novidades que permitirão ao utilizador “controlar que informações são usadas para personalizar os anúncios que o próprio vê”. E caso não saiba o que está a partilhar com a Google, a empresa reforça que passa a ser “fácil ver rapidamente quais as informações usadas e controlá-las com base nas preferências”.
“Seguimos um conjunto de princípios básicos de privacidade que orientam quais as informações que recolhemos ou não. Nunca vendemos as suas informações pessoais a ninguém e nunca usamos o conteúdo que o utilizador guarda nas aplicações como o Gmail, Fotos e Drive para fins de publicidade. E nunca utilizamos informações confidenciais para personalizar anúncios, tais como saúde, raça, religião ou orientação sexual. É simplesmente fora de limites”. A garantia é de Jerry Dischler, VP/GM Ads da Google, no anúncio das novas funcionalidades.
A segunda permissa do My Ads Center da Google indica reforça o controlo sobre os anúncios pelos utilizadores, mas para além do território da Google. Isto é, há casos em que as empresas usam as ferramentas da Google para anunciar noutros sites e aplicações. Ora, para essas situações, a gigante norte-americana indica que opção “desativar anúncios personalizados” vai aplicar-se também aos “anúncios que o utilizador vê no Google e fora do Google e será aplicado, automaticamente, em qualquer dispositivo que tenha uma sessão iniciada com a sua Conta do Google”.
Caso não tenha sessão iniciada numa conta Google poderá “controlar” na mesma as preferências nas definições dos anúncios.
“É nossa responsabilidade fortalecer a maneira como mantemos o utilizador no controlo das suas experiências com os anúncios ao mesmo tempo que garantimos que todos os dias as pessoas estão seguras com a Google”, insiste Jerry Dischler.
A terceira permissa incide sobre os anunciantes. A Google refere que, por uma questão de “transparência”, os utilizadores vão poder ver no “O Meu Centro de Anúncios” os anúncios que um determinado anunciante verificado realizou nos últimos 30 dias. Desta forma, no caso de não reconhecer a marca que promove o anúncio, o utilizador pode aceder a mais informações sobre o anunciante antes de clicar. Esta ação já existe nos EUA, mas só agora é lançada globalmente através do My Ads Center.
“Além de saberem mais sobre os anúncios e o anunciante, os utilizadores podem denunciar um anúncio com maior facilidade se acreditarem que o mesmo viola uma das nossas políticas. Quando um anúncio é reportado, um membro da nossa equipa analisa-o quanto à sua conformidade com as nossas políticas e remove-o se for apropriado. Criar uma experiência segura é uma prioridade para nós, e o feedback do utilizador é uma parte importante de como fazemos isto mesmo”, garante Dischler, gestor máximo da Google com a pasta dos anúncios.
No fundo , a Google o que está a fazer é tornar mais visível para o utilizador a forma como estabelece uma relação entre utilizador e anunciante. Afinal, embora seja conhecida como uma tecnológica, a pedra basilar do negócio da Google passa pela venda de espaço publicitário na internet, recorrendo à vasta e complexa base de dados que tem de todos os utilizadores dos motores de busca e serviços da empresa.
Por isso, Jerry Dischler defende não o fim da relação utilizador-Google-anunciante, mas sim que a “a publicidade online não seja confusa ou esteja fora do seu controlo”. “Independentemente de estar a assistir a tutoriais no YouTube ou a pesquisar por receitas na Pesquisa, o utilizador deve ter sempre uma palavra a dizer sobre os anúncios que vê online”, diz.
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