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A TAP não continuar a ajudar a empresa de handling (assistência em terra nos aeroportos). A garantia foi dada por Hugo Mendes, secretário de Estado Adjunto e das Comunicações, em entrevista à RTP 3. “Vamos esperar que não tenhamos que chegar a uma situação em que o cenário de insolvência se possa colocar, mas o que podemos dizer é que a TAP não está em condições de ajudar mais a Groundforce. Creio isso ser claro para a Pasogal e ser claro para os trabalhadores. Os trabalhadores sabem que a TAP não vai auxiliar a Groundforce em maio se for necessário”, disse o governante.
Questionado sobre os salários, Hugo Mendes salientou que, quanto “aos salários de abril, a informação que temos, é que estão garantidos”. Quanto aos salários de maio “não temos nenhuma informação, seja num sentido ou em outro”.
A Groundforce é detida em 50,1% pela Pasogal de Alfredo Casimiro e em 49,9% pela TAP. A garantia do secretário de Estado surge depois de ter sido noticiado que o empréstimo de cerca de 30 milhões de euros pedido pela Groundforce não vai ser concedido. Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas, questionado esta terça-feira durante um evento pelos jornalistas sobre o eventual empréstimo da Caixa Geral de Depósitos (CGD) à empresa liderada por Alfredo Casimiro disse perceber a posição do banco público.
“Eu compreendo bem a posição da CGD. Eu espero que a breve prazo nós tenhamos notícias boas sobre a Groundforce. Agora a TAP ajudou no que podia e não pode continuar a injetar mais dinheiro sem garantias. É óbvio, é evidente para todos e, por isso, estamos a aguardar que a questão seja resolvida, nomeadamente no que diz respeito ao nosso ainda sócio”, disse Pedro Nuno Santos, citado pela Lusa.
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Questionado se uma insolvência controlada poderia ser uma solução afirmou: “Não vou dizer mais nada sobre esse assunto”.
No último domingo, o Correio da Manhã, citando a Comissão de Trabalhadores da empresa, avançava que a Caixa Geral de Depósitos (CGD) ia recusar o empréstimo de 30 milhões de euros pedido pelo dono da Groundforce, por “não ter confiança no acionista maioritário”. E que a decisão iria ser comunicado esta semana. O Montepio, dizia ainda o jornal, já avançou com a execução da penhora das ações de Casimiro, no valor de cerca de nove milhões de euros.
Além disso, o Correio da Manhã indicava ainda que Alfredo Casimiro já tinha assinado um contrato de exclusividade com um fundo de capital de risco espanhol para a venda da sua posição maioritária, de 50,1%. O negócio tem de ficar fechado até início de maio, caso contrário não haverá liquidez para pagar salários e a empresa abre falência.
O ECO avançou que o fundo é o Atitlan. Chegou a estar em cima da mesa uma venda também da participação da TAP, mas a companhia aérea terá preferido não entrar no negócio, segundo a mesma fonte.
A pandemia arrastou o setor da aviação civil para uma crise. E neste contexto a empresa Groundforce também foi apanhada. A TAP – que é simultaneamente acionista (49,9%) e cliente – esteve desde o ano passado a fazer adiantamentos à empresa por serviços a prestar. Contudo, no início deste ano, a companhia entendeu que não tinha condições para continuar a dar este apoio sem mais garantias. A partir daí a situação na Groundforce agravou-se, tendo os trabalhadores recebido apenas uma parte do salário de fevereiro em meados de março, após ter sido encontrada uma solução provisória para a empresa.
A 19 de março a TAP chegou a acordo com a Pasogal de Alfredo Casimiro para comprar equipamentos e sucessivamente alugá-los à Groundforce no valor de quase 7 milhões de euros.
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