//Governo dá gás ao turismo à boleia de empresas, promoção e aviões

Governo dá gás ao turismo à boleia de empresas, promoção e aviões

Receitas turísticas superiores a 27 mil milhões de euros. Esta é a meta traçada para 2027 na estratégia para o turismo desenhada há quatro anos e que previa que Portugal, além de ser um destino mais sustentável (com menos sazonalidade, mais dispersão da atividade pelo território e ambientalmente sustentável) atingisse quase 27 mil milhões em receita turística.

Depois da quebra abrupta, a ambição é que esse valor possa agora vir a ser superado. E se a pandemia levou a uma travagem a fundo, o governo entende que os objetivos inscritos nessa estratégia se mantêm relevantes e têm de ser acelerados. E para isso criou um plano de reativação. No total, o investimento andará pelos 6 mil milhões de euros, com a fatia de leão a ir para as empresas, para apoiar no fim das moratórias e “construir o futuro” – traduzido pelo governo, qualificação da oferta e competências das empresas já existentes e apoio ao nascimento de outras.

O plano ontem apresentado por Pedro Siza Vieira não olha apenas para o médio/longo prazo, mas também já para as próximas semanas e meses. Promoção do destino, ligações aéreas e estímulo ao consumo são portanto apostas. Bem como o IVAucher.

“A primeira medida mais significativa é a de preservação das empresas e ajudá-las a gerir o fim das moratórias, as necessidades de capitalização. O que vamos fazer terá particular incidência no setor: estimamos hoje as necessidades de apoio público em cerca de 3 mil milhões de euros”, disse o ministro da Economia. O apoio às empresas divide-se em várias linhas de ação.

Até ao final de setembro, as moratórias públicas ainda estão ativas mas a dor de cabeça virá a seguir. Mesmo com as perspetivas de que o verão seja mais positivo do que o de 2020, o setor tem acumulado meses de quebras de faturação que não vão ser ultrapassadas neste ano e muitos têm pedido medidas. O Executivo responde com soluções para a capitalização das empresas, garantias públicas ao refinanciamento/reescalonamento da dívida contraída antes da pandemia e uma linha de crédito com garantia para financiamento das necessidades de tesouraria.

Siza não esconde que o endividamento no setor “baixou muito significativamente desde 2015 e a autonomia financeira melhorou”, mas a pandemia levou a um aumento do crédito, nomeadamente através das linhas garantidas pelo Estado. O setor conta com cerca de 1500 milhões em crédito com esta garantia. “Entendemos que é possível assegurar que possa ser transformado em soluções de quase capital, instrumentos híbridos que não contam para o endividamento das empresas e podem ser tratados como capital próprio durante a situação financeira”, afirmou. “Também entendemos que é conveniente encontrar soluções de capitalização pura para algumas empresas maiores e que requeiram outro tipo de atenção. O valor de 3 mil milhões não é portanto fixo: responderemos à medida das necessidades”, acrescenta.