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O presidente executivo da NOS, Miguel Almeida, defendeu esta segunda-feira mais tempo para os operadores cumprirem os objetivos de cobertura 5G.
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“As regras e, em particular, as obrigações de cobertura, foram definidas em 2020, na perspetiva de que o leilão [de frequências do 5G] terminaria nesse ano e que a exploração comercial se iniciasse no primeiro trimestre de 2021. Existem obrigações de cobertura já no final de 2023, no nosso caso”, começou por explicar Miguel Almeida aos jornalistas, à margem da inauguração do NOS Hub 5G, quando questionado sobre se a empresa seguirá o exemplo da Vodafone e contactável o governo nesse sentido.
“Foi o próprio regulador [Autoridade Nacional de Comunicações, ou Anacom] que atrasou o processo um ano. Seria expectável, pelo menos nas obrigações de 2023, um ajuste correspondente ao atraso no processo de atribuição de espetro. Pelo menos contando esses meses a mais, que não estavam previstos, deveria ser aplicado um ajuste. Um adiamento correspondente a esse mesmo atraso”, argumentou.
Ainda assim, o gestor afirmou que a NOS ainda não fez qualquer pedido, realçando que “entende bem” a posição de quem já o fez (aludindo à Vodafone Portugal).
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“Ainda não o fizemos [um pedido] formalmente, porque até nos parece que isso deveria partir da iniciativa do próprio regulador ou governo”, prosseguiu. Não obstante, Miguel Almeida não se mostrou muito confiante que o executivo tome esse tipo de iniciativa.
“Não estou habituado a que isso aconteça. É evidente que vamos ter que nos mexer”, explicou, garantindo que a NOS não corre riscos de incumprimento das metas. Aliás, na mesma ocasião, o CEO da NOS estabeleceu a meta de atingir a cobertura integral do país em 5G já em 2023, sublinhando que a empresa já investiu mais de 350 milhões de euros só em 5G, nos últimos dois ano.
“Mas também se entende que não somos nós que temos maior preocupação quanto ao cumprimento dessas obrigações. Há outros que estão bastante mais atrasados”, atirou, depois de afirmar que a rede 5G já está disponível em quase 80% dos territórios que têm acesso à nova rede.
Tal como o Dinheiro Vivo noticiou a 20 de junho, a Altice, a NOS e a Vodafone querem mais tempo para cumprir os objetivos de cobertura no 5G. As metas são para cumprir até 2025, com marcos intercalares em 2023 e 2024, mas a inflação e as disrupções nas cadeias de abastecimento estão a pressionar o calendário e os planos de investimento. Os operadores históricos preparam-se, por isso, para pedir diretamente ao governo a flexibilização de algumas metas. A Vodafone Portugal já o fez. Fonte oficial da Altice Portugal acompanha os receios da Vodafone, mas não revelou se também agiu de forma idêntica. Nessa altura, fontes do setor afirmaram que a NOS acompanharia os outros dois players.
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