//“Governo devia intervir menos” no mercado dos combustíveis

“Governo devia intervir menos” no mercado dos combustíveis

A presidente executiva da OZ Energia, Micaela Silva, defendeu que o “Governo devia intervir menos” no mercado dos combustíveis, porque é liberalizado e não tem margens excessivas de comercialização, mas é “muito penalizado” pela quantidade de impostos.

“O Governo devia intervir menos, [porque] o mercado dos combustíveis é um mercado liberalizado, um mercado que funciona, que se auto regula e onde há uma concorrência perfeita”, defendeu a presidente executiva (CEO) da energética do Grupo Manuel Champalimaud, em entrevista à agência Lusa.

A responsável tinha sido questionada sobre se o Governo devia atuar mais no sentido de dar resposta ao aumento dos preços dos combustíveis que está a deixar a Europa a braços com uma crise energética.

“Eu entendo que o setor não tem abusos de margens [dos comercializadores]. Nós estamos num setor perfeitamente concorrencial, com vários postos de abastecimento, todos eles competem entre si e não há, com certeza, margens excessivas”, acrescentou, referindo-se à uma proposta de lei do Governo para limitar as margens na comercialização de combustíveis, que foi aprovada e entrou em vigor na sexta-feira.

De acordo com a lei, que vem alterar vários decretos que estabelecem os princípios gerais relativos à organização e funcionamento do Sistema Petrolífero Nacional, “as margens máximas” podem “ser definidas para qualquer uma das atividades da cadeia de valor dos combustíveis simples ou do GPL engarrafado, sendo fixadas por portaria dos membros do Governo responsáveis pelas áreas da economia e da energia, sob proposta da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos e ouvida a Autoridade da Concorrência”.

Para Micaela Silva, trata-se de uma medida que “não é bem vista à livre concorrência”.